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Angola: MPLA garante que quer eleições pacíficas

Lusa
2 de agosto de 2022

Partido no poder em Angola rejeita subida de tom na campanha política, em particular no que respeita à UNITA, defendendo que as eleições devem ser uma "festa de democracia" em que cada angolano "se expresse livremente".

Angola Wahlen l MPLA Plakat in Luanda
Foto: Borralho Ndomba/DW

Foi desta forma que Manuel Nunes Júnior, secretário do Bureau Político do Comité Central do MPLA para a Política Económica, respondeu, esta terça-feira (02.08), aos jornalistas, quando questionado sobre a conferência de imprensa convocada na segunda-feira (01.08) pelo seu partido, e na qual um dirigente do MPLA negou a existência de conversações com os adversários da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) sobre uma possível transição governativa.

O também ministro de Estado para a Coordenação Económica negou que haja maior intensidade no tom da campanha política, afirmando que é importante que as coisas sejam esclarecidas:

"Apareceu um elemento - colocado por uma entidade de grande responsabilidade política - que era importante esclarecer e foi esclarecido. A vida é assim, temos de esclarecer as coisas e não deixar as coisas no ar, sem qualquer tipo de objetividade e, por vezes, de verdade".

Na segunda-feira, o secretário do MPLA para os Assuntos Políticos e Eleitorais, João "Jú" Martins, admitiu ter estado num encontro com o presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, em maio deste ano, mas desmentiu que tivesse sido abordada uma possível transição política pós-eleitoral. Neste mesmo evento, Jú Martins afirmou que só um "lunático" poderia pensar em derrotar o MPLA nas eleições de agosto.

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Na resposta às declarações de Martins, Adalberto da Costa Júnior reiterou, esta terça-feira (02.08), à Lusa que a questão da transição foi falada e considerou que o MPLA estava a ameaçar com instabilidade por desejar manter-se no poder "a qualquer custo".

Comunicação Social

Manuel Nunes Júnior falou aos jornalistas, em Luanda, à margem de um evento que serviu para apresentar os principais eixos do programa de governo com que o Movimento Popular de Libertação de Angola se candidata às eleições gerais de 24 de agosto.

Sobre este tema, Manuel Nunes Júnior sublinhou que o MPLA é defensor da pluralidade e do contraditório, princípios que se encontram inscritos no programa de governo do partido, bem como da participação de privados na comunicação social e salientou que estes contam com a proteção do Estado.

"Houve realmente num dado momento a passagem de bens que eram privados para o domínio público", mas que irão voltar de novo para mãos privadas, através de procedimentos transparentes, garantiu.

A Media Nova, detentor da TV Zimbo, Rádio Mais, jornal O País e da Gráfica Damer, e a Interactive, produtora da TV Palanca e da Rádio Global, passaram para a esfera estatal em 2020, por serem projetos privados financiados por dinheiros públicos.

Quanto à data para a reprivatização só poderá ser definida após as eleições.

"O programa do MPLA não fala de casos específicos, mas diz que protege e apoia a participação do setor privado na comunicação social. Esse princípio está lá, embora não contemple estes casos em concreto, já que o programa do partido será traduzido num plano de desenvolvimento nacional", caso vença as eleições gerais marcadas para 24 de agosto de 2022, concluiu Nunes Júnior.

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