MPLA nega envolvimento em passeata de motoqueiros em Luanda
28 de julho de 2022![](https://static.dw.com/image/59936709_800.webp)
Cerca de 14 mil motoqueiros desfilaram no passado sábado (23.07), em Luanda, numa passeata "em louvor dos feitos" do Presidente angolano, João Lourenço, também presidente do MPLA e recandidato ao cargo nas eleições gerais de 24 de agosto, organizada pelaAssociação de Jovens Unidos e Solidários (AJUS), cujos dirigentes são militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
A iniciativa, realizada no mesmo dia em que João Lourenço presidiu a um megacomício que marcou o arranque da campanha eleitoral, terminou com distúrbios e atos de vandalismo, alegadamente devido ao facto de a organização ter falhado nos pagamentos aos jovens participantes, o que a AJUS desmente.
Além de uma viatura incendiada, na Ilha de Luanda, os motoqueiros queimaram também material de propaganda política com a efígie de João Lourenço.
MPLA nega participação na passeata
No entanto, o porta-voz do MPLA, Rui Falcão, nega que o partido tenha fornecido materiais, sublinhando que "os meios de campanha não têm qualquer semelhança com os usados na dita passeata".
Em declarações à agência de notícias Lusa, Rui Falcão garantiu que o secretariado do Bureau Político "não fez qualquer contacto" com os envolvidos e que a estrutura de coordenação da campanha "não tomou conhecimento de qualquer passeata".
"Não faria qualquer sentido autorizar a sua realização no preciso momento em que estávamos a preparar o lançamento da nossa campanha com um comício gigantesco" presidido pelo candidato do MPLA, comentou.
A polícia angolana nunca se pronunciou oficialmente sobre a ocorrência, apesar das várias tentativas feitas pela Lusa nesse sentido.
Nas redes sociais, há relatos que apontam para três mortos e um número indeterminado de feridos e detidos que a polícia não confirma nem desmente, optando por não responder às questões.