Em Luanda fazem-se as compras possíveis para a quadra festiva. Subida do preço dos produtos essenciais impede maioria dos angolanos de terem Natal descansado. Festividades públicas estão proibidas por causa da Covid-19.
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Os cidadãos ouvidos pela DW África na capital angolana são unânimes quando afirmam que o ano de 2020 foi particularmente difícil devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Elsa Judite, uma residente de Luanda, diz que apesar de este ano não poder ter o tradicional bacalhau à mesa, contenta-se com o que tem. "As condições são mínimas. Não há bacalhau, mas temos um peixe seco nosso que vamos improvisar", conta.
"[Este Natal] É mesmo para ficar em casa com a família", acrescenta. "Não vamos inventar a moda de sair à rua, porque estamos num momento em que não podemos estar em aglomerações", sublinha.
Preços a subir
Os preços dos produtos essenciais que compõem a cesta básica disparam nos mercados formais e informais de Angola, sobretudo impulsionados pela quadra festiva. Elisa Fernando, outra residente em Luanda, que vende água e refrigerantes nas ruas da capital angolana, queixa-se do elevado custo de vida no país.
"As coisas estão caras. Por exemplo, eu vendo água mineral e gasosa. A gasosa subiu, a embalagem custa 1800 [2,26 euros] kwanzas e nós vendemos a 150 kwanzas (0,19 euros) cada uma das 12 unidades. Vamos ganhar quando?", questiona.
Teresa, outra angolana, também lamenta a subida dos preços, principalmente dos bens e serviços de primeira necessidade. "Os preços estão muito altos", afirma. "Devem baixar um pouco os preços", suplica.
Quem também se queixa dos preços elevados é Marta Kizanga, outra moradora da capital angolana. "Com 1.000 kwanzas [1,26 euros] não dá para comprar nada. Mesmo com 5.000 kwanzas [6,28 euros]... Têm de nos ajudar, baixando os preços", pede.
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Festas proibidas
Há um ano, em dezembro, já se fazia publicidade às famosas festas de passagem de ano na capital de Luanda. Mas este ano, as festividades públicas foram proibidas para conter a propagação do novo coronavírus.
João José, vendedor num dos mercados informais de Luanda, aplaude a medida. "É muito boa, por causa dessa doença que há no nosso país e noutros países também", considera.
O Orçamento-Geral do Estado (OGE) aprovado este mês para o exercício económico de 2021 prevê destinar mais de metade das receitas para o pagamento da dívida pública. Já as instituições financeiras, como o Banco Mundial, preveem um crescimento do PIB na ordem dos 0,6% num país ainda em recessão económica.
Apesar dos números, os cidadãos angolanos mostram-se esperançosos. "Espero boas coisas. Espero sucesso em todos os aspetos, principalmente na saúde", diz Leonora Gonga uma outra angolana de Luanda.
Também Elsa Judite espera que o mundo consiga combater a pandemia da Covid-19, numa altura em que muitos países já começaram a vacinar os seus cidadãos contra o novo coronavírus.
"No próximo ano, espero que consigamos ultrapassar essa situação. Que tenhamos uma solução para esta doença", comenta. "Espero que consigamos voltar à normalidade e faz tudo o que fazíamos", conclui.
Alemanha: Dez tradições de Natal e a sua origem
Quem inventou a coroa do Advento? Quando começaram os mercados de Natal ? O que é que os alemães comem na véspera de Natal? Descubra aqui.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Kneffel
Coroa do Advento
Atualmente, a coroa do advento tem quatro velas, uma para cada domingo do mês antes do Natal. Mas, originalmente, eram 24 velas e a coroa era feita de madeira. A tradição foi criada em 1839 pelo teólogo protestante e educador Hinrich Wichern. O objetivo era ajudar as crianças a contar os dias até o Natal.
Foto: picture-alliance/PIXSELL/N. Pavletic
Mercado de Natal
Já na Idade Média, as pessoas reuniam-se nos mercados de Natal durante o Advento. Naquela época, não bebiam vinho quente, mas compravam comida para passar o inverno. Mais tarde, artesãos, fabricantes de brinquedos e confeiteiros juntaram-se aos mercados. Hoje em dia, os mercados de Natal podem ser encontrados em muitas partes do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Thieme
Let it snow!
No século XIX, o inverno passou a ser percebido de forma de diferente: em vez de uma estação dura e difícil – por causa do frio e da neve –, uma época de alegria e até diversão. Esta mudança de percepção reflete-se nos bonecos de neve: antes eram representados com uma expressão sombria e ameaçadora, que deu lugar a um sorriso amigável. Bonecos de neve de madeira agora decoram árvores de Natal.
Foto: picture-alliance/beyond/J. Fankhauser
Árvore de Natal
É em baixo dos seus galhos verdes que estão protegidas as prendas de Natal. Inicialmente, as árvores de Natal eram privilégio dos ricos. Mas no século XIX, a popularização deste símbolo natalício foi garantida pela plantação em larga escala de pinheiros. Posteriormente, esta tradição alemã espalhou-se para todo o mundo. Esta foto foi tirada em Tóquio, em 2015.
Foto: Reuters/Y. Shino
Menino Jesus ao invés de São Nicolau
Na Idade Média, as crianças alemãs recebiam prendas do São Nicolau a 6 de dezembro. Porém, os protestantes na Alemanha não gostavam da veneração ao santo católico. É provável que Martinho Lutero, responsável pela Reforma, tenha alterado a data da troca de presentes para o dia 24 de dezembro. Desde então, Cristo tornou-se o protagonista deste momento, e passou a ser chamado como o Menino Jesus.
Foto: Fotolia/ChaotiC_PhotographY
Prendas sagradas
Os mais pequenos mal podem esperar para a troca de presentes na véspera de Natal. Em alemão, este momento é chamado "Bescherung". O termo deriva da palavra "beschern", do alemão arcaico, que quer dizer "concedido por Deus". Até hoje, muitas crianças crêem que a prenda de Natal é uma oferta do Menino Jesus.
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Contemplação noturna
A Missa da Noite de Natal atrai multidões para as igrejas, inclusive pessoas que raramente frequentam as celebrações durante o resto do ano. Esta missa é tradicionalmente realizada à meia-noite da véspera de Natal na Alemanha. Até ao início do século XVIII, a celebração ocorria nas primeiras horas da manhã de 25 de dezembro.
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Encenação da natividade
Durante séculos, atores amadores retrataram a história do Natal. No passado, as apresentações incluíam cenas bíblicas adicionais, como a expulsão de Adão e Eva do paraíso. Ao longo do tempo, as peças concentraram-se no nascimento de Jesus – a atual encenação da Natividade.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Schmidt
Ganso de Natal ou salada de batata?
Enquanto algumas famílias alemãs não abrem mão de preparar ganso no Natal, outras preferem salada de batata e salsichas. Esta divisão remonta ao passado, quando apenas famílias ricas podiam comprar ganso. Os mais pobres contentavam-se com as batatas.
Foto: Fotolia
A décima segunda noite
Em grande parte da Europa, os 12 dias entre o Natal e o 6 de janeiro, conhecidos como o décimo segundo dia, tendem a ser particularmente frios. Antigamente, as pessoas tinham medo de demónios revestidos por uma pelagem, que vagueariam durante essas 12 noites. Para afastá-los, as pessoas tinham que acender incenso. Crença popular.