Em sete meses, foram encerradas centenas de igrejas e locais de culto, e foram detidos milhares de cidadãos.
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As autoridades angolanas apreenderam 85,9 milhões de kwanzas (mais de 230 mil euros) e 482.958 dólares (433 mil euros) no âmbito da "Operação Resgate", que decorre desde novembro em Angola com o objetivo de "repor a autoridade do Estado".
Segundo um relatório citado esta sexta-feira (31.05) pelo Jornal de Angola, a comissão interministerial que superintende a operação encerrou também, em sete meses, 1.011 igrejas, 1.297 locais de culto e deteve 7.585 cidadãos entre angolanos e estrangeiros.
"Mais força"
A "Operação Resgate" tem, segundo as autoridades, como propósito o combate à venda ambulante desordenada, às transgressões administrativas e à imigração ilegal, bem como ordenar a circulação rodoviária, entre outros aspectos.
O documento observa que no quadro das ações realizadas nesse período, foram também encerrados 946 estabelecimentos comerciais, 568 cantinas, 164 farmácias, 194 unidades de saúde, 98 oficinas, 17 supermercados, sete restaurantes e três indústrias.
Foram ainda desativados 629 pontos de venda ambulante, 314 áreas de venda de acessórios de viaturas, 283 mercados e seis postos de câmbio de moeda.
Em janeiro, o comandante-geral da Polícia Nacional de Angola, Paulo Gaspar de Almeida, assegurou que a "Operação Resgate" iria continuar "com mais força", porque o país "precisa de ordem porque estava a caminhar para uma anormalidade".
Construções precárias ameaçam a vida dos habitantes no Huambo em Angola
Na cidade de Huambo em Angola as condições de habitabilidade deterioram-se de dia para dia. Estes prédios, atualmente degradados, foram herdados da era colonial não têm manutenção e são um risco para quem lá vive.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da FAPA
No Huambo, muitos cidadãos vivem em risco permanente por causa da degradação de grande parte das infraestruturas em que habitam. Muitos destes prédios foram construídos na era colonial e há muito tempo precisam de obras e manutenção.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da Angotel
Os relatos de abalos, são frequentes na cidade. Os moradores do conhecido prédio da Angotel tiveram um susto, quando parte da estrutura do edifício velho onde vivem sofreu alguns abalos, facto que criou um pânico generalizado. De acordo com relatos no local esta não é a primeira fez que tal facto sucede neste edifício. Apesar do risco, os moradores continuam a residir no mesmo local.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio do antigo Hotel Huambo
A degradação das várias estruturas é justificada pelo longo período de construção e pela falta de manutenção associada ao longo conflito armado que assolou o país durante mais de 20 anos, com maior incidência nesta região. Muitos prédios foram atingidos durante a guerra com projéteis e bombas na sua estrutura.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da UNITEL
Mesmo em período de paz estes prédios continuaram sem intervenção na suas estruturas e quem vive aqui tem ainda de conviver com uma imagem que lembra os tempos da guerra. Apesar de cadastrados, para um possível reassentamento em áreas seguras muitos cidadãos convivem com o risco de desabamento dos prédios, por falta de condições financeiras para aquisição de casa própria em zonas seguras.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da FAPA
Nos últimos anos, são frequentes os relatos de desabamento de alguns compartimentos, fissuras graves, entre outros, com destaque para os famosos prédios da FAPA, Tijolo e do Empugo, cada um deles com mais de sete andares, acolhendo várias famílias de diferentes camadas sociais.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio do Tijolo
A DW África soube junto do Gabinete Provincial das Infraestruturas que o mau estado de conservação dos edifícios inacabados faz com que os mesmos não tenham condições mínimas de habitabilidade condignas. Para além da falta de rampas nas escadas, janelas e portas, há graves fissuras e riscos de desabamento.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio York
Neste mês de maio, por exemplo, moradores de um conhecido prédio da cidade tiveram que ser evacuados pelos serviços da Proteção Civil alegando riscos de desabamento na infraestrutura.