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Angola: PGR apreende mais imóveis de Carlos São Vicente

Lusa
25 de setembro de 2020

A Procuradoria-Geral da República de Angola anunciou a apreensão de mais imóveis do empresário Carlos São Vicente. Um deles servia de escritório ao antigo presidente da Sonangol, Manuel Vicente.

Foto: DW/C.V. Teixeira

Segundo um comunicado do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da PGR foram apreendidos o Edifício Adli e Thyke Hotel (Tower) em Luanda, um imóvel adjacente ao terminal da transportadora rodoviária Macon, nas imediações do centro de sinistros do grupo AAA e os edifícios n.ºs 29, 30, 31, 32, 33 e 34 situados no condomínio Sodimo, na Praia do Bispo.

Fonte da PGR adiantou à agência de notícias Lusa que o antigo presidente da petrolífera angolana e ex-vice-Presidente de Angola tinha o seu escritório num imóvel deste condomínio.

As apreensões decorrem de um processo de investigação patrimonial pelos crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influências e branqueamento de capitais.

Como fiel depositário foi nomeado o Cofre Geral de Justiça.

Caso dos 900 milhões de dólares

Carlos São Vicente, casado com Irene Neto, filha do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, foi constituído arguido e detido preventivamente na terça-feira, após ser ouvido pela segunda vez e ao longo de sete horas na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), órgão afeto à PGR, e foi conduzido para a cadeia de Viana, em Luanda.

Em causa está uma investigação que envolve uma conta bancária de Carlos São Vicente congelada na Suíça, por suspeitas de lavagem de dinheiro com cerca de 900 milhões de dólares, o equivalente a 752 milhões de euros, segundo divulgou um blogue suíço que acompanha questões judiciais naquele país.

As autoridades judiciais angolanas já tinham ordenado a apreensão de vários edifícios do grupo AAA, pertencente ao empresário, que está a ser investigado na Suíça por peculato e branqueamento de capitais. Entre estes estavam os edifícios AAA, dos hotéis IU e IKA, localizados em todo o território nacional e o edifício IRCA, na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.

Depois dos edifícios, o Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da PGR anunciou a apreensão da participação social minoritária de 49% da AAA Ativos no Standard Bank Angola, onde o empresário é administrador não-executivo, tendo o mesmo solicitado suspensão das funções enquanto durar o processo.

A PGR pediu também o congelamento de contas e apreensão de bens de Irene Neto, tendo sido enviadas cartas rogatórias a Portugal e Luxemburgo pedindo a colaboração das autoridades judiciais nestas investigações.

O AAA, liderado por Carlos São Vicente, é um dos maiores grupos empresariais angolanos, operando na área de seguros e da hotelaria.

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