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EducaçãoAngola

Angola: Professores universitários ameaçam com nova greve

Manuel Luamba
6 de outubro de 2022

Os professores do ensino superior público angolano podem retomar a greve interrompida a 20 de maio de 2022, apesar de estarem abertos ao diálogo com o Governo. O aumento salarial é uma das reivindicações dos docentes.

Protesto de professores no Uíge (2021)
Protesto de professores no Uíge (2021)Foto: Privat

O ano letivo 2022/2023 em Angola arrancou oficialmente na última segunda-feira (03.10). Mas o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) já anunciou a retoma da greve para reivindicar o aumento salarial.

A anterior paralisação das aulas foi interpolada, a 20 de maio de 2022. As causas da anterior greve até aqui ainda não foram resolvidas pelo Estado. Por isso, poderá ser retomada a 24 este mês, segundo Alberto Perez, secretário-geral do SINPES.

"As questões continuam pendentes, nomeadamente o aumento salarial, falta de seguro de saúde, falta de programas para formação contínua quer dos docentes como do pessoal não docente, são essas grandes preocupações", explica.

Associam-se a estas preocupações a falta de investigação científica nas unidades orgânicas e universidades.

Estudantes apelam ao governo angolano para que resolva problemas dos professoresFoto: Borralho Ndomba/DW

Sindicato aberto ao diálogo

No entanto, apesar da pretensão de se retomar a greve, o movimento sindical diz estar aberto ao diálogo. "Nós continuamos a exortar o Ministério do Ensino Superior a não se fazer de esquecido do memorando de entendimento assinado", diz Alberto Perez.

"Já seria tempo, antes da abertura do ano académico, de se reunir com o sindicato, trazer novas informações das soluções encontradas, porque temos o memorando de entendimento assinado no dia 17 de 2021 e que tem sido a causa da grave que se verificou e que foi interpolada", lembra.

Desde finais de 2021, o ensino superior em Angola regista paralisações de aulas, por causa da greve por tempo indeterminado dos docentes. 

Alunos de Luanda protestaram em fevereiro deste ano contra a greve Foto: Manuel Luamba/DW

Alunos perderam 14 semanas de aulas

Em abril, o Ministério do Ensino Superior reconheceu que os estudantes tinham perdido 14 semanas de aulas. 

Em maio deste ano, professores decidiram regressar às salas de aulas depois de um pedido da igreja católica local, que admitiu que os estudantes estavam a ser prejudicados.

Por isso, Vítor Anderson Tavares, estudante do ensino superior, não tem dúvidas de que uma nova greve vai prejudicar os estudantes

"Podemos ter toda a matéria, todos os tópicos, essa greve vai prejudicar muito os estudantes. Para mim, resolver os problemas os professores para os estudantes não saírem prejudicados", conclui.

"Toda a gente que está onde está, presidente, ministro, seja lá quem for, teve um professor. Ser professor é como um Deus. Vamos agradecer e vamos cuidar de todos eles", apela o aluno.

A DW África tentou, sem sucesso, ouvir o governo de Luanda sobre a pretensão dos professores do ensino superior entrarem em greve.

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