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Angola: Queda histórica do kwanza

Lusa
26 de junho de 2023

Moeda nacional angolana passou pela primeira vez os 800 kwanzas por dólar. Finanças continuam sem intervir nos mercados.

Währung von Angola - Kwanza
Foto: Imago Images/Panthermedia/Johan

A moeda nacional de Angola desvalorizou-se na tarde desta segunda-feira (26.06) para mais de 800 kwanzas por dólar pela primeira vez.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o kwanza está a perder pelo sétimo dia consecutivo, chegando a valer 804,37 kwanzas por dólar esta tarde, passando a ser a segunda pior moeda a nível mundial na comparação com o dólar.

O kwanza já caiu 37% desde 11 de maio, no seguimento da decisão governamental de acabar com os subsídios estatais aos combustíveis, o que motivou forte contestação social e um aumento dos preços.

O Presidente de Angola, João Lourenço, já defendeu que o banco central deve implementar medidas para fortalecer o kwanza, além de ajudar a economia a diversificar-se e controlar a inflação.

Tesouro deverá continuar sem intervir

O terceiro maior produtor de petróleo na África subsaariana não vendeu dólares em abril e maio, de acordo com a agência de notação financeira Fitch Ratings, que antevê que o Tesouro continue sem intervir nos mercados.

"O Tesouro nacional reduziu a venda de moeda externa porque cobrou menos impostos e receitas dos direitos petrolíferos", comentou o investigador António Estote, da Universidade Lusíada de Angola, à Bloomberg.

A inflação em Angola aumentou para 10,62% em maio, pondo fim a 15 meses de declínio, depois de o Governo ter cortado os subsídios aos combustíveis.

O novo governador do Banco Nacional de Angola já reviu a previsão de inflação para este ano em alta, antecipando agora um aumento dos preços entre 9 e 11% no final de 2023.

Banco Nacional de Angola, em LuandaFoto: DW/N. Sul d'Angola

Previsões económicas em baixa

Na sexta-feira, a agência de notação financeira Fith Ratings desceu a perspetiva de evolução da economia de Positiva para Estável, mantendo o 'rating' em B-.

"A revisão do 'outlook' de Angola de Positiva para Estável reflete as previsões de menor crescimento económico, maior inflação e um aumento no rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) em resultado da forte depreciação do kwanza", lê-se na nota que explica também a decisão de manter o 'rating' em B-.

A Fitch Ratings reduziu a previsão de crescimento para 1,5% do PIB este ano, 2% no próximo ano, face aos 3,1% registados em 2022, estimando também que a inflação suba de 14,7%, no final deste ano, para 17,1% em 2024, quando até agora previa que já no próximo ano os preços crescessem a apenas um dígito.

Na nota, os analistas estimam ainda que o kwanza, que perdeu 30% do valor face ao dólar no primeiro semestre, chegue ao final do ano a valer 760 kwanzas por dólar, face aos 504 kwanzas por dólar no final de 2022, "mas uma depreciação maior é possível se a oferta interna continuar limitada", alertam.

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27:04

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