Cabinda: Angola garante estabilidade apesar de desafios
13 de setembro de 2024O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente de Angola reafirmou hoje, em Cabinda, que aquela província vive um clima de "estabilidade do ponto de vista de segurança e defesa do território".
Francisco Pereira Furtado, que se deslocou àquela região petrolífera, no norte de Angola, em trabalho, admitiu que apesar da estabilidade, as autoridades têm vindo a acompanhar "com apreensão a situação concreta de Cabinda".
"Cabinda vive uma estabilidade do ponto de vista de segurança e defesa do território, mas fenómenos com incidência em atos preparados a partir de territórios vizinhos têm criado, periodicamente, algumas situações de instabilidade na orla fronteiriça, particularmente com a República Democrática do Congo [RDCongo]", disse Francisco Pereira Furtado.
Sem especificar esses atos, o chefe da Casa Militar do Presidente da República referiu que este quadro tem vindo a alterar-se.
"Felizmente, de um tempo a esta parte, os nossos vizinhos (...), fruto de um trabalho realizado entre os serviços de segurança e inteligência de ambos países, as autoridades da República Democrática do Congo compreenderam que a boa vizinhança e a garantia da segurança na fronteira comum (...), particularmente na região fronteiriça da província de Cabinda, deve ter outro rumo", frisou.
Ameaças fronteiriças
Segundo Francisco Pereira Furtado, as autoridades da vizinha RDCongo começaram a realizar ações para "eliminar as lacunas que existiam, no tocante a forças hostis, que podem criar instabilidade ao longo da fronteira comum".
"No entanto, temos ainda outros fatores de risco, nomeadamente o contrabando de géneros alimentícios, riscos e ameaças no transporte de passageiros e de cargas, ao longo da via fluvial entre o Soyo [província do Zaire] e Cabinda e temos tido consequências que são do domínio de todos, com a perda de vidas humanas e de meios, que podiam ser salvaguardados se as condições (...) estivessem melhor asseguradas e com a estabilidade que merece", referiu.
O governante angolano salientou que as autoridades estão também preocupadas com o fenómeno do contrabando de combustíveis, do garimpo e contrabando do ouro, a imigração ilegal e a segurança da costa marítima e dos objetivos estratégicos existentes na província de Cabinda.
O tráfico de seres humanos, tráfico e contrabando de armas, a pesca ilegal e a insegurança à volta das plataformas petrolíferas foram igualmente citadas por Francisco Furtado, assinalando que "têm criado inúmeros constrangimentos às empresas do setor petrolífero e têm constituído riscos e ameaças para a segurança destes objetivos instalados ao longo da costa marítima".