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Angola: "Reformas pecam por estarem acontecer apenas agora"

Lusa | ni
29 de novembro de 2019

O Presidente angolano considerou nesta sexta-feira (29.11) que as reformas no país "não foram impostas" pelo FMI, mas sim consequência da "apreciação enganadora" de que Angola gozava de uma saúde económica robusta.

João Lourenço, Presidente de AngolaFoto: picture alliance/dpa/R. Jensen

Caso se protelassem por mais tempo as reformas em curso, o país caminharia "inevitavelmente para o precipício", entende o Presidente angolano.

Para João Lourenço, "as reformas em curso pecam por estarem acontecer apenas agora, pelo que se aplicadas antes, estaríamos hoje a beneficiar de uma economia mais sólida e sustentada. Estas não são reformas impostas pelo Fundo Monetrário Internacional (FMI), são uma consequência da apreciação errada, falsa, ilusória e enganadora de que o país gozava de uma saúde económica robusta".

A reforma da estrutura da economia angolana, adiantou, é um processo "moroso que exige rigor e perseverança", mas, salientou, é um caminho "certo e incontornável a seguir em expressão do melhor o que está bem e corrigir o que está mal, no que a economia diz respeito".

"Não podíamos continuar a manter os paradigmas anteriores, cruzando os braços e deixar que as coisas continuassem na mesma", apontou, afirmando igualmente que o foco hoje é o de procurar tirar o país da situação de endividamento.

Para o estadista, a diversificação da economia, através do fomento do investimento privado e o desenvolvimento dos diferentes setores da economia angolana como na agropecuária, das pescas, da indústria, do turismo, entre outros, podem representar "uma fatia cada mais significativa do PIB (Produto Interno Bruto) e das receitas das exportações".

Mudança de mentalidades, apela João Lourenço

A economia angolana é fortemente dependente do petróleoFoto: Getty Images/AFP/M. Bureau

A necessidade da criação de uma "verdadeira economia de mercado", onde o Estado deve "cumprir o papel que lhe está reservado" e o setor privado seja um ator "dinâmico, destacado e determinante na economia", foi também apontada por João Lourenço.

"O Estado promove o setor privado, incentiva o desenvolvimento de fomento à iniciativa privada e contribui para o aumento da produção interna de bens e de serviços, o aumento das exportações da oferta do emprego", adiantou.

 A materialização dessas pretensões exige mudanças, alertou João Lourenço, desde logo das "mentalidades, as atitudes e comportamentos", a começar pelos "militantes e dirigentes" do MPLA, que, acrescentou, "devem ser os primeiros a cultivar a crença e otimismo nas reformas em curso em Angola".

Presidente reafirma "firmeza e determinação" do Executivo

Um mercado em Luvo, AngolaFoto: DW/B. Ndomba

O Presidente angolano reiterou a "firmeza e determinação" do seu Executivo em prosseguir com as medidas em curso, assegurando que continuará aberto às contribuições, conselhos e alertas de todos os setores da sociedade, "não para recuar, mas para ajustar a rota sempre que se mostrar aconselhável para se alcançar os resultados pretendidos".

Resultados esses "já definidos", como "o aumento diversificado da produção interna, dos postos de trabalho, a melhoria das condições sociais das populações em termos de acesso à água potável, a energia elétrica, a assistência médica, a educação e habitação", garantiu.

Maior proximidade do Executivo ao setor privado foi ainda assegurado pelo Presidente angolano, referindo que será o primeiro a dar o exemplo para um maior diálogo com os empresários e visitas aos respetivos empreendimentos.

João Lourenço fez estes pronunciamentos durante a abertura da segunda reunião ordinária do comité central do MPLA, o partido no poder, que decorre em Luanda.  

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