Angola regista primeiras duas mortes pelo novo coronavírus
Lusa | kg
29 de março de 2020
Dois cidadãos angolanos, um de 59 e outro de 37 anos, tinham regressado recentemente da Europa. Número de casos da Covid-19 subiu de cinco para sete, anunciou o Ministério da Saúde angolano.
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Angola registou este domingo (29.03) as duas primeiras mortes de pessoas infetadas com o novo coronavírus, anunciou a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta. O número de casos positivos da doença subiu de cinco para sete.
Os dois cidadãos angolanos morreram este sábado (28.03), indicou a ministra numa conferência de imprensa em Luanda. Um dos cidadãos, de 59 anos, residente em Portugal, tinha chegado a Angola no dia 12 de março.
"Esteve internado nos últimos dias na clínica Girassol e teve um quadro com uma evolução muito rápida, com insuficiência respiratória", precisou Silvia Lutucuta, explicando que o paciente tinha outras doenças associadas.
O segundo caso, um homem de 37 anos, angolano, residente em Luanda, chegou de Lisboa no dia 13 de março e esteve internado por uma semana.
Angola encontra-se em estado de emergência desde à meia-noite de sexta-feira e vai se prolongar até às 23h59 de 11 de abril.
Testes
Sílvia Lutucuta afirmou que foram processadas 370 amostras com sete resultados positivos, estando 21 em processamento. A ministra da Saúde adiantou que está a ser feito um "rastreio em massa dos viajantes provenientes de voos de risco" e que se encontram nos centros de quarentena.
O trabalho já foi concluído no centro de Calumbo II e está a ter continuidade no Calumbo I. O centro de Victoria Garden será aberto em breve para este fim.
Em todo o país, 1.089 pessoas encontram-se em quarentena institucional, das quais 547 na província de Luanda. "Continua a observância do estado de emergência", salientou a responsável da pasta da Saúde, voltando a apelar para a consciencialização dos angolanos para que seja feito desde já o corte da cadeia de transmissão. "Ficar em casa é a melhor solução", destacou.
O novo coronavírus já infetou 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000. Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados. Em África, o número de mortes causadas pela Covid-19 subiu para 134 com os casos acumulados a aproximarem-se dos 4.300 em 46 países.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.