Presidente aprovou construção, lançamento e colocação em órbita do satélite de observação da terra. O terceiro satélite angolano terá fins pacíficos e foco no desenvolvimento e no posicionamento estratégico do país.
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Segundo despacho presidencial, o Presidente angolano, João Lourenço, autorizou o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação angolano a assinar o contrato, bem como a tratar de "toda a documentação relacionada com o projeto em nome e em representação de Angola".
De acordo com o documento, datado de 8 de maio, o Angosat-3 surge no quadro da "Estratégia Espacial da República de Angola 2016-2025" e da "importância vital da utilização do espaço para fins pacíficos" para o desenvolvimento socioeconómico e o posicionamento estratégico de Angola.
"A utilização do espaço contribui de forma transversal para o desenvolvimento dos setores produtivos e não produtivos que permitem uma gestão eficiente dos recursos minerais, navegação marítima e aérea, bem como para um melhor planeamento territorial, controlo e defesa das zonas transfronteiriças", argumenta-se no documento.
No despacho presidencial não é indicado qualquer montante para a celebração do contrato para o terceiro satélite, numa altura em que a Angola aguarda pela entrega, prevista para 2021, do Angosat-2.
Agricultura através de satélite no Uganda
01:05
Em 11 de fevereiro deste ano, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias da Informação de Angola, José Carvalho da Rocha, afirmou que o Angosat-2, em construção em França, estará operacional em 2021 e custará 320 milhões de dólares (280 milhões de euros).
O novo satélite começou a ser construído em 24 de abril do 2018 pela empresa francesa Airbus, construtora que acolheu cerca de seis dezenas de técnicos angolanos, enquadrados em equipas permanentes, para acompanhar o projeto.
Angosat-1 envolto em mistério
Sobre o desaparecimento do Angosat-1, construído e lançado na Rússia, o ministro angolano indicou, então, que as informações de que dispõe vão no sentido de que o satélite continuará em órbita, mas que terá deixado de transmitir sinal na altura em que fazia a rotação para alinhar os painéis solares em direção ao sol.
O primeiro satélite angolano, um investimento de cerca de 270 milhões de euros, foi projetado para sair para órbita a partir de Baikonur, no Cazaquistão, numa operação coordenada pela Roscosmos, a agência espacial russa e foi lançado para o espaço em 26 de dezembro de 2017.
Contudo, assim que entrou em órbita, houve uma pausa nos contatos com o satélite. Inicialmente, ainda se conseguiu recuperar as comunicações, que, pouco depois, seriam perdidas novamente até ao presente.
Na altura, o Executivo formou perto de 50 especialistas para garantir a gestão das infraestruturas inerentes, com o objetivo de reforçar os serviços de telecomunicações africanos.
"Para nós, [o desaparecimento do Angosat-1], é caso para esquecer. Agora estamos a olhar para o Angosat-2", afirmou então José Carvalho da Rocha.
Ultrapassar deficiências com a tecnologia
Impressoras 3D e scanners portáteis podem ajudar pessoas com deficiências motoras na África Ocidental. É o que tenta mostrar este projeto no Togo.
Foto: DW/K. Gänsler
Geraldo vai ao médico
Geraldo, de 6 anos, nasceu com uma deficiência no pé direito e não consegue correr. A sua mãe, Fidéle Togbe, e o irmão mais novo, Wilkinson, costumam acompanhá-lo nas visitas ao Centro Nacional de Ortopedia e Reabilitação em Lomé, capital do Togo.
Foto: DW/K. Gänsler
Próteses de gesso pesadas
Desde 1974 que o CNAO recebe pacientes que aprendem novamente a andar depois de acidentes. O centro também desenvolve e adapta próteses e órteses - aparelhos para estabilizar ou corrigir problemas motores. Mas as tecnologias e materiais estão ultrapassados e os pacientes têm de vir muitas vezes fazer provas ao CNAO. Quem não vive na capital, tem muitas dificuldades.
Foto: DW/K. Gänsler
Sem salário desde o acidente
O dia-a-dia de uma pessoa com deficiência é esgotante. "Não posso trabalhar desde que tive um acidente, em 2012, porque é muito difícil mover-me. Já não tenho rendimentos", conta Koudahé Adjovi. No CNAO recebe uma órtese - uma espécie de tala que ajuda a endireitar um pé, uma perna ou um braço. Este aparelho continua a ser feito da forma convencional.
Foto: DW/K. Gänsler
Próteses e órteses com impressoras 3D
Geraldo integra um grupo de 100 pacientes selecionados pela organização humanitária Handicap International em três países. Além do Togo, especialistas no Mali e no Níger investigam formas de produzir dispositivos ortopédicos através de impressoras 3D na África Ocidental.
Foto: DW/K. Gänsler
Novas tecnologias
Uma boa notícia para Geraldo. Em vez de fazer um molde em gesso, a técnica de ortopedia Enyonam Ekpoh faz uma digitalização da sua perna direita. A informação é imediatamente transferida para o computador. O equipamento é leve e pode ser usado em qualquer lugar por pessoal treinado - por exemplo, em áreas remotas ou zonas de conflito.
Foto: DW/K. Gänsler
À distância de um clique
A digitalização da perna direita de Geraldo já chegou ao monitor de Atsu Afetse. O técnico de ortopedia trabalha para a Organização Africana para o Desenvolvimento de Centros de Deficiência (OADCPH), parceira da Handicap International. Com a ajuda do rato, faz as correções necessárias e cria o modelo de impressão.
Foto: DW/K. Gänsler
A criação de uma órtese
Na sala ao lado, Djodj Fabrice Agbelehounko verifica o modelo uma última vez. Se restar alguma dúvida, discute a questão com os seus colegas. Ainda é possível fazer algumas alterações. Depois de tudo esclarecido, liga a impressora 3D e controla o processo de impressão.
Foto: DW/K. Gänsler
Dez horas de impressão
A impressora trabalha e a órtese de plástico maleável ganha forma. Desde o início do projeto, o técnico Agbelehounko já fabricou 18 órteses. "É impressionante", afirma. "De repente, não faz diferença se o paciente vive no campo ou na cidade". As digitalizações podem ser enviadas a partir de qualquer lugar, desde que haja uma ligação de internet.
Foto: DW/K. Gänsler
Os últimos retoques
A técnica do CNAO, em Lomé, aperta bem as duas abas amarelas da nova órtese de Geraldo, para garantir que nada escorrega durante a utilização. Na fase de testes ficará claro qual o custo total deste processo e a forma como poderá ser implementado em áreas remotas.
Foto: DW/K. Gänsler
Geraldo já pode correr
A órtese de Geraldo está pronta, serve-lhe, e nos próximos meses vai garantir o normal funcionamento do seu pé direito. É um grande alívio para a sua mãe, Fidéle Togbe: "Ele vai poder jogar futebol sem ser gozado pelas outras crianças". O projeto da Handicap International vai continuar até ao fim do ano.