Perseguições a professores no Cuanza Norte, denuncia Sinprof
Lusa | ar
5 de setembro de 2017
Sindicato Nacional dos Professores Angolanos alertou que professores do Cuanza Norte estão a ser "perseguidos e ameaçados" por terem participado na greve nacional de abril.
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Em declarações à agência de notícias Lusa, a secretária-geral do Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (SINPROF), Hermínia do Nascimento, manifestou-se preocupada, considerando a situação "muito grave" face ao silêncio das autoridades já contactadas.
"A situação é muito preocupante e é a primeira vez que denunciamos isso publicamente, porque o clima já nem dá, para além de outras situações com os colegas, até a correrem risco de vida, com ameaças. Já solicitámos a intervenção de várias estruturas do país, mas a situação continua", lamentou.
De acordo com a sindicalista, que acusa o diretor provincial da educação do Cuanza Norte de "estar por detrás desta onda de ameaças aos líderes provinciais do SINPROF", os professores visados estão a ser "severamente castigados", com transferências para localidades distantes da sede da província.
"Transferindo os nossos dirigentes e líderes sindicais para municípios mais longínquos, que distam mais de 150 quilómetros da sede da província, violando a lei. Isso é retaliação, neste momento temos 11 professores nessa situação", explicou.
SINPROF aguarda resposta do Governo desde 2013O Sindicato Nacional dos Professores angolanos suspendeu, em abril, a segunda fase da greve no ensino geral, no quadro das negociações como o Ministério da Educação, alertando que os docentes podem retomar a terceira fase das reivindicações, no terceiro trimestre deste ano, caso não se solucionem as suas reclamações na totalidade.
O SINPROF diz aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas "nem sequer 10 por cento das reclamações foram atendidas".
Hermínia do Nascimento considera a postura das entidades da educação do Cuanza Norte uma "caça às bruxas", lamentando ainda a "indisponibilidade ao diálogo" manifestado pelas autoridades daquela província.
"Então se a greve foi nacional, o país tem 18 províncias e quem decretou a greve foi a estrutura nacional, porquê perseguir os professores do Cuanza Norte? Inclusive já solicitámos audiências com o diretor provincial de educação e com o Governador da província", o que não foi aceite, afirmou.
Sindicato admite possibilidade de nova greve
O SINPROF admitiu esta terça-feira (05.09.) a possibilidade de uma nova greve, considerando que ainda há "pontos divergentes", como a nomeação de professores em regime probatório e em cargos de chefia.
Recorde-se que recentemente o Ministério da Educação angolano considerou que já não existem "grandes divergências" na negociação em curso com os sindicatos do setor, com um entendimento comum a 90 por cento, sobretudo em relação ao novo estatuto da carreira docente.
Para a secretária-geral do SINPROF, Hermínia do Nascimento, as propostas dos sindicatos da educação continuam em análise no Ministério da Educação, pelo que é "prematuro afirmar" que todas as propostas foram já acolhidas.
Mais atenção do novo Governo para a educação
Sem descartar a possibilidade de uma terceira greve no ensino geral, depois das duas que tiveram lugar em abril, a secretária-geral do SINPROF recomendou ao Governo que sair das eleições de 23 de agosto que dê prioridade às preocupações da classe.
"Na altura das duas paralisações de abril demos uma moratória para resolução, daí que não estamos completamente satisfeitos quanto à resolução dos pendentes. Esperamos que o próximo Governo leve esta questão dos professores a peito e como prioritária, porque existem orientações expressas do atual Presidente da República", recordou.
O ano letivo de 2017 em Angola arrancou oficialmente a 01 de fevereiro, com quase 10 milhões de alunos nos vários níveis de ensino, decorrendo as aulas até 15 de dezembro.
Crescimento demográfico: Cidades perante novos desafios
Quase dois terços da humanidade vivem em cidades - um enorme desafio global. A terceira cimeira da ONU sobre desenvolvimento urbano sustentável tem lugar entre 17 e 20 de outubro na cidade de Quito, capital do Ecuador.
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População urbana cada vez mais numerosa
A ONU prevê que a população mundial ascenda a nove mil milhões até 2050. Até lá, dois terços viverão em cidades. As cidades e as comunas deverão preparar-se para o facto, oferecendo serviços em quantidade e qualidade para os novos cidadãos: habitação acessível, água e saneamento, postos de trabalho, educação, serviços de saúde e transportes públicos..
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Bairros de lata cada vez maiores
Algumas cidades veem-se confrontadas com o alastrar dos bairros de lata devido à pressão demográfica. É o caso, por exemplo, do "township" de Khayelitsha, na África do Sul. Em África, na Ásia e na América Latina milhões de pessoas vivem em bairros degradados, sem acesso a água canalizada ou a saneamento. Além disso, essas áreas oferecem poucas possibilidades de trabalho e de acesso a rendimento.
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Edifícios ecológicos
Por vezes, a pressão urbana contribui para a inovação: o município de Santa Monica, perto de Los Angeles, construiu bairros habitacionais para operários com baixos rendimentos, como o bairro de "Colorado Court": as casas são baratas, obedecem a critérios ecológicos e ficam perto do centro da cidade. O mais importante é a eficiência energética, ou seja, custos de aquecimento bastante reduzidos.
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Água potável de qualidade
Muitas cidades foram construidas sobre lençois freáticos ou perto de rios ou lagos. O fornecimento de água potável em quantidade e qualidade suficientes para uma população cada vez mais numerosa constitui um dos maiores desafios dos municípios em crescimento. Na Índia, muitas cidades, como Nova Deli, veem-se obrigadas a ir buscar água a regiões remotas, para abastecer as suas populações.
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Agricultura urbana
Fornecer alimentos saudáveis para uma população em crescimento - um objetivo nada fácil de atingir. Várias cidades tentam aproveitar hortas urbanas para a produção de produtos agrícolas. É o caso de Kampala, capital do Uganda, onde cada vez mais famílias dispõem de uma horta, onde produzem alimentos para o consumo próprio e mesmo para a venda nos mercados municipais, como o mercado de Nakasero.
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Bicicletas: baratas e ecológicas
Os habitantes das cidades precisam de transportes públicos rápidos, económicos e eficientes. A bicicleta pode constituir uma alternativa amiga do meio ambiente. Cidades como Copenhague, capital da Dinamarca, investem muito na construção de ciclovias, motivando assim os habitantes a deixar os automóveis na garagem. Copenhague tem uma meta: ser em 20125 a primeira capital "carbono neutro" do mundo.
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Os autocarros de Bogotá
A capital da Colômbia de Bogotá começou, no ano de 2000, a implementar um sistema moderno de transportes de autocarro: o "TransMilenio". Trata-se de autocarros mais económicos e cómodos e que são utilizados diariamente por mais de dois milhões de utentes. Pouco a pouco, os autocarros a diesel serão substituídos por veículos com motores elétricos e "híbridos".
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Soluções para tratamento de lixos sólidos
Como tratar o lixo de forma eficiente? Uma dor de cabeça para muitos municípios. Na Suécia, muitas cidades produzem energia através da combustão de lixos sólidos. Aí, apenas 1% do lixo é colocado em aterros. A cidade californiana de São Francisco baniu os sacos plásticos e pretende reciclar todo o lixo produzido. Em Inglaterra, o lixo é fonte de energia utilizada nos transportes públicos.
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Como melhorar a qualidade do ar?
Algumas cidades são conhecidas pelos seus famigerados teores de poluição do ar. Uma das cidades que mais sofre com o "smog" é a Cidade do México. No início de 2016, o município, numa tentativa de atenuar o problema, proibiu a circulação de carros na cidade e aconselhou os munícipes a não abandonarem as suas casas.
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Uma parede contra a poluição do ar
Com a iniciativa "Hoy No Circula" ("Hoje não circules"), a Cidade do México pretende convencer os cidadãos a não utilizarem os seus automóveis durante menos um dia da semana. Outras medidas propostas são a plantação de árvores, a utilização de veículos menos poluentes ou a construção de edifícios inovadores, como a "Torre de Especialidades", cujos painéis exteriores absorvem gases poluentes.
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Cidades inovadoras
70% dos gases com efeito de estufa são produzidos em cidades. Alguns municípios esforçam-se por reduzir drasticamente o CO2. É o caso de Copenhaga, Vancouver ou Malmö. Também Freiburg, na Alemanha, implementou várias medidas, apostando, nomeadamente, na energia solar, em meios de transporte ecológicos ou na reciclagem de lixos sólidos. Freiburg quer ser cidade "carbono neutro" em 2015.
Foto: Stadt Freiburg im Breisgau
Cidades verdes
Espaços verdes são de importância vital para as cidades. Os parques municipais oferecem bem-estar e protegem do calor. Singapura é uma das cidades com maior densidade populacional do mundo. Ao mesmo tempo é uma cidade extremamente verde. Cerca de metade da cidade é coberta de espaços verdes. Singapura lidera o denominado "Green City Index" no continente asiático.