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Angola: Povo quer repor verdade eleitoral

Lusa | cp
30 de agosto de 2017

Grupo de associações e ativistas angolanos propõem participar na recontagem dos votos das eleições gerais de 23 de agosto. Em comunicado afirmam que "os resultados foram produzidos pela cúpula do MPLA".

Foto: Getty Images/AFP/M. Longari

A posição da autointitulada "sociedade civil angolana" foi divulgada numa declaração esta quarta-feira (30.08), em Luanda. Entre os subscritores do comunicado estão cinco organizações e ativistas dos direitos humanos angolanos.

Os representantes da sociedade civil angolana propõem participar na recontagem dos votos e divulgação dos resultados eleitorais, com base em procedimentos legais.

O grupo critica a ilegalidade da divulgação dos resultados das eleições gerais: "não houve o cumprimento da lei na contagem, escrutínio, apuramento e divulgação dos resultados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE)". Segundo o comunicado, a violação do processo foi confirmada por sete comissários nacionais da CNE e com dados probatórios dos partidos da oposição. Os ativistas afirmam que "os resultados foram produzidos pela cúpula do MPLA".

Resultados provisórios da CNE dão vitória ao MPLAFoto: DW/A. Cascais

Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto divulgados pela CNE dão vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 61% dos votos e a eleição de João Lourenço como próximo Presidente da República. Mas os resultados não são reconhecidos pela oposição - União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) e Partido de Renovação Social (PRS).

Respeitar a Constituição

Segundo os subscritores da declaração, desde a preparação das eleições houve acontecimentos que inquinaram o processo: "o registo eleitoral conduzido por um árbitro e que ao mesmo tempo é jogador, solução tecnológica e logística sob responsabilidade das empresas INDRA e SINFIC, ambas famosas na fabricação de resultados eleitorais contra a vontade popular."

Os ativistas propõem participar na recontagem dos votos e divulgação dos resultados eleitorais de 23 de agosto, com base em procedimentos legais. Sublinham que, na impossibilidade dessa inclusão, e com vista à "busca de uma solução de um problema criado pelo regime", recomendam que a Igreja "tome uma posição firme."

Propõem também que os partidos da oposição se unam para que seja "reposta a verdade eleitoral", com base na Constituição de Angola, "que confere o direito a manifestação até a concretização e o respeito da lei."

Angola realizou a 23 de agosto as quartas eleições, às quais concorreram o MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

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