Angola - Sonangol quer "angolanizar" mais a indústria petrolífera
19 de maio de 2011A Sonangol quer evitar que os serviços ligados à exploração de petróleo em Angola saiam do país. Os números, não avançados publicamente, seriam na ordem de milhares de milhões de dólares. O Presidente do Conselho da Administração (PCA) da Sonangol, Manuel Vicente reconheceu a gravidade do assunto e afirmou que nos próximos tempos a situação venha a mudar. Há cerca dum ano que há uma diretiva neste sentido, mas que ainda não tem sido cumprida:
"Muito se fala que há 50 milhões de dólares a serem dispendidos ao longo destes anos para o desenvolvimento nas descobertas que foram feitas no off-shore angolano. E temos dito e não nos cansamos de dizer (e eu aproveito a oportunidade para reiterar mais uma vez), que queremos que uma boa parte deste dinheiro que é dinheiro de Angola, se converta em resultado e crescimento para os angolanos".
Dinheiro de Angola deve converter-se em crescimento para os angolanos
A pesquisa e a exploração de petróleo são dois dos aspetos mais importante que poderão mobilizar mais trabalho de angolanos. Segundo Manuel Vicente, a grande opção é fazer com que os ganhos do petróleo sejam de facto geridos por angolanos e as suas empresas;
"O que nós estamos a querer dizer é o seguinte: vamos criar joint-ventures em Angola. E a partir delas, naqueles trabalhos de maior complexidade, caberá a essas joint-ventures que estão em Angola, ir buscar complementaridade. Tem de ser possível; doutra forma não vamos poder crescer. Foi assim que os outros países cresceram. Senão todo este resultado e todo este "boom" da indústria petrolífera, não vai beneficiar os angolanos, vai beneficiar o exterior. Tem de haver vontade; eles sabem que assim já estiveram em outras partes do mundo e foi assim. Portanto não vamos inventar nada".
Em Angola trabalham muitas companhias estrangeiras
Cerca de 20 operadoras internacionais trabalham em Angola, desde norte-americanas, sul americanas e europeias entre outras. A Sonangol é a concessionária da maior parte dos blocos, em associação com demais companhias.
Segundo os números da Sonangol, a oferta angolana projetada para maio situa-se em 1,48 milhões de barris por dia, que devem ser transportados para vários países em 48 carregamentos, menos que o fornecimento de 1,5 milhões por dia dos 47 carregamentos de Abril.
Cabinda fornece sete carregamentos
Hoje há uma corrida à licitação de blocos no pré-sal angolano, sob orientação do governo. Empresas chinesas e indianas estão no topo da corrida.
Autor: Manuel Vieira (Luanda) / Carlos Martins
Revisão: António Rocha