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DesportoAngola

Angola: Sporting de Cabinda em dificuldades financeiras

Simão Lelo
24 de fevereiro de 2023

A falta de patrocínios agrava a situação financeira do Sporting Clube de Cabinda, único representante da província no maior campeonato de futebol de Angola. A promessa de apoios oficiais está por cumprir.

Imagem ilustrativa
Imagem ilustrativaFoto: picture-alliance/ULMER/M. Ulmer

Durante muito tempo, a empresa petrolífera Chevron patrocinou o Sporting de Cabinda com um valor equivalente a um milhão de dólares por época.

O valor foi reduzido para metade em 2018, passando a agremiação a receber oficialmente 500 mil dólares para ajudar a cobrir as despesas. Mas a devido a vários atrasos, a média de patrocínio por temporada nos últimos dez anos foi de 250 mil dólares por temporada.

Como a direção cessante nunca apresentou as contas completas como era sua obrigação, a empresa acabou por suspender todo o financiamento.

Nos últimos dias, circulam nas redes sociais várias imagens a dar conta da situação precária em que vivem jogadores do clube leonino em Cabinda, com problemas como más condições de hospedagem e dificuldades na alimentação.

Adeptos sofrem com o clube

Adeptos como António Farinha sugerem soluções para as dificuldades financeiras do clube. "Em Cabinda não temos uma loja oficial que comercialize materiais desportivos. O Sporting poderia criar uma infraestrutura desta, por exemplo, que pudesse ajudar a vender materiais desportivos e ter algum dinheiro para mitigar despesas mínimas, como alimentação, hospedagem e outros", disse Farinha à DW África.

O adepto Nicolau Branda prefere uma solução mais abrangente, que passe pela independência dos clubes de futebol dos patrocínios. "Realmente, poderíamos até investir, mas nesse momento como começar? Nós aqui temos um problema muito sério, os clubes vivem totalmente de dependência", disse Branda.

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Greve dos jogadores?

Os jogadores já ponderaram várias vezes entrar em greve para chamar a atenção paralisar para a crise que o clube leonino atravessa. Muitos adeptos concordam que essa poderia ser uma boa estratégia. Outra seria a reorganização interna do clube.

António Farinha tem mais outra sugestão: "O Sporting devia parar de competir e apostar seriamente na formação, para que, num futuro não muito distante, víssemos muitos jogadores nossos a competir nos outros campeonatos, sobretudo nos dois Congos". Farinha realça que esta seria uma boa maneira de angariar fundos.

O vice-presidente do Sporting de Cabinda, Timóteo Inglês, referiu recentemente que existe já um plano montado, mas que a concretização dependia do apoio das empresas na província. A DW África tentou contactar Inglês, que não se quis pronunciar até ao fecho da redação.

Governo local vai ajudar ou não?

O Governo local está ciente dos problemas. Quando assumiu a pasta, a governadora provincial, Mara Quiosa, prometeu apoio do Governo.

"Temos essa informação com muita preocupação, mas quero dizer que nos próximos dias iremos nos pronunciar sobre isso. O que é essencial dizer é que vamos sentar e reunir com o Sporting, sendo que inclusive a secretaria provincial tem estado a trabalhar nesse sentido, para ver se encontramos uma saída, para esta preocupação", disse Quiosa, na altura. Mas, até à data, não houve novos pronunciamentos por parte da administração.

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