Angola: UNITA sai do congresso unida e com foco em 2027
1 de dezembro de 2025
Adalberto Costa Júnior foi reeleito para mais um mandato de quatro anos na presidência da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). O 14.º Congresso Ordinário do partido elegeu Adalberto Costa Júnior com 91% dos votos, derrotando o seu opositor, Rafael Massanga Savimbi, filho de Jonas Savimbi.
As votações para escolher o novo líder do maior partido da oposição em Angola começaram, contaram com mais de 1.200 delegados eleitores.
O presidente da Comissão Eleitoral da UNITA, Alcides Sakala considerou que o processo de votação foi livre, transparente e participativo.
Segundo dados da comissão eleitoral, Rafael Massanga Savimbi obteve 110 votos, que corresponde a 9%, enquanto o candidato eleito, Adalberto Costa Júnior venceu com 1110 votos, correspondente a 91%, anunciou Alcides Sakala.
"A comissão Eleitoral do 14 congresso da UNITA, obedecendo os estatutos, declara vencedor o candidato Adalberto Costa Júnior”, anunciou Alcides Sakala.
Reações no congresso
Em reação aos resultados, Rafael Massanga Savimbi disse que terminou a fase da disputa. Massanga apelou à união interna para efetivação da vitória da UNITA nas eleições gerais de 2027.
"Terminou a campanha eleitoral, estão terminadas as claques. Selemos fileiras em torno do novo presidente. O candidato eleito é o nosso presidente. Trabalhemos todos juntos para que em 2027, consigamos a tão almejada alternância”, apelou Massanga Savimbi.
Já Adalberto Costa Júnior disse, após tomar posse, que a suareeleição é uma vitória de todos os militantes do partido do galo negro, e que a mesma escolha garante a coesão interna. O político angolano diz que o seu partido está preparado para governar Angola nos próximos anos.
"Agora, o nosso o nosso foco é trabalharmos no sentido de consolidarmos este projeto de alternativa, defendermos o voto, ganharmos a confiança da comunidade internacional e dos angolanos”, disse Adalberto Costa Júnior.
Durante o congresso, os delegados voltaram a discutir a questão da Frente Patriótica Unida, plataforma pelo qual a UNITA vê como meio para efetivar a alternância política em conjunto com outros partidos e a sociedade civil.
Adalberto diz ter "luz verde” para avançar com o projeto, meses depois do desvinculamento do PRA-JÁ Servir Angola:
"As estratégias apresentadas e o Congresso aprovou a Constituição da ampla frente para a alternância, modalidades de opção tripla que a direção vai ter oportunidade de escolher. Significa que não vamos partilhá-las todas, são debates que vão continuar a ocorrer, mas nós vamos ter garantidamente o propósito de reafirmar uma liderança de uma ampla frente para a alternância pública. Veram-nos opções que nós pudermos fazê-la com os partidos políticos, com organizações da sociedade civil. Vai ser o formato que o momento e a direção entenderam mais adequado”, disse Adalberto Costa Júnior.
Leitura política e caminho para 2027
No Complexo do Sovsmo, em Viana, onde decorreu o congresso, vários militantes celebraram a reeleição de Adalberto Costa Júnior. O dirigente eleito neste congresso é o candidato da UNITA para as eleições gerais previstas para 2027.
Em declarações à DW, o jornalista e analista político, José Gama, diz que a vitória de Costa Júnior é vista não apenas como eleitoral, mas também política, pois reforça o seu poder dentro do partido e posiciona-o como um líder forte para as próximas eleições.
"Teve a vitória eleitoral, teve a vitória política de ter agora seu poder ainda mais reforçado por parte do candidato da Sanga", disse José Gama.
Gama considera ainda que estas eleições foram uma vitória política para Massanga Savimbi, que demonstrou determinação e habilidade para desafiar o legado do seu próprio pai.
"Ele m desafiou o partido do seu próprio pai, desde o início até o fim não desistiu, fez aquele tempo também aqui uma vitória política que vai lhe ajudar ainda para que depois do fim desta candidatura ou do término deste mandato, poder ainda voltar a concorrer para a liderança da UNITA", afirmou Gama.