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Angola vai aplicar mesma taxa aos camionistas na RDC

Lusa
16 de fevereiro de 2024

Angola vai passar a cobrar as mesmas taxas aduaneiras aplicadas atualmente pela República Democrática do Congo (RDC) aos camionistas, que levaram os profissionais angolanos a paralisar devido à discrepância de valores.

Camionistas angolanos paralisaram os transportes para a RDC há cerca de uma semana
Camionistas angolanos paralisaram os transportes para a RDC há cerca de uma semanaFoto: José Adalberto/DW

A informação foi avançada à Lusa pelo presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (Atroma), António Gavião Neto, segundo o qual será publicado em breve um decreto a atualizar a taxa aduaneira angolana, com valor equivalente ao que é atualmente cobrado pela RDCongo.

Na semana passada, a Atroma anunciou a paralisação, por tempo indeterminado, da circulação dos transportadores no corredor logístico Luanda-Luvo-Noqui, até a província de Cabinda, passando pela RDC, mas que foi suspensa na segunda-feira na sequência de uma reunião com os operadores.

Na quinta-feira realizou-se um novo encontro para dar conta das negociações em curso, tendo o líder da ATROMA, expressando satisfação pela resposta do Governo angolano às reclamações dos associados, em declarações à imprensa angolana.

"Ficamos confortados, porque recebemos a informação que o nosso clamor foi recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, que baixou orientações muito concretas e até para a semana teremos já o decreto pronto para partirmos para a reciprocidade de ações", referiu António Gavião Neto, apelando aos associados que tenham paciência.

Hoje, António Gavião Neto avançou à Lusa que o decreto vai no sentido da reciprocidade, com equivalência da tarifa aduaneira aplicada pela RDC.

"Já houve negociações, a parte congolesa nunca esteve de acordo connosco, portanto, quando for publicado o decreto tudo vai depender da parte congolesa. O certo é que quando eles chegarem aqui no nosso território vão ter de pagar o mesmo que nós pagamos no território congolês", explicou.

António Gavião sublinhou que a parte angolana está aberta a negociações, após a publicação do decreto para que se chegue a um consenso.

O líder associativo apelou a todas as empresas associadas à Atroma, aos não associados, aos associados individuais, "para terem mais paciência e calma", prolongando a suspensão da greve por mais uma semana, período em que deverá ser publicado o decreto.

Segundo António Gavião Neto, enquanto não for publicado o decreto de reciprocidade, "as coisas continuam como estão".

"É só mais uma semana, nós esperamos cerca de oito anos para a implementação dessa medida, agora estamos diante de apenas uma semana, vamos aguardar", frisou o presidente da Atroma, salientando que acredita que as autoridades aduaneiras da RDC estão a acompanhar esse movimento e a refletir sobre o assunto.

"Vamos lá ver se eles continuarão a cobrar na mesma proporção, ou então, refletindo bem sobre o assunto, eles tenham concluído tomar uma outra atitude", sustentou.

Os camiões angolanos pagam 4.000 dólares (cerca de 3.734 euros) no posto aduaneiro da RDC contra os 100 dólares (93 euros) dos colegas congoleses na fronteira angolana, segundo informação da ATROMA.