Angolanos é o terceiro maior grupo de refugiados no Brasil
19 de junho de 2015A imagem de nação acolhedora, no entanto, pode esconder as dificuldades enfrentadas por quem busca vida nova no país sul-americano.
O Brasil possui atualmente mais de 7.300 refugiados, que deixaram o país natal, entre outros motivos, por causa de perseguição política, étnica, racial ou sexual.
Segundo Andres Ramirez, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados no Brasil o país “é a sétima economia do mundo, mais conhecido pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas que vamos ter no próximo ano (2016).”
A descrição, de Andres Ramirez, justifica o aumento de mais de 900% no número de pedidos de refúgio no país.
Estrangeiro conta com alguns serviços à sua chegada
Ao chegar, o estrangeiro conta com alguns serviços, de acordo com Marcelo Haydu, que trabalha na reintegração de refugiados: “Isso permite que essas pessoas, mesmo na condição de solicitadores de estatuto de refugiado, possam estar aqui com documentação, a estudar, trabalhar, etc.”.Mas quem chega ao Brasil em busca de vida nova não está livre das dificuldades como explica o antropólogo Cláudio Bertolli Filho: “Os preconceitos culturais e étnicos têm-se evidenciado, inclusive nas redes sociais, em relação aos imigrantes que chegam, nomeadamente da África e da América central”.
O sentimento é facilmente percebido em São Paulo, na região que receberá o centro de referência para Imigrantes, um espaço para haitianos que estão a chegar ao Brasil. Para um dos entrevistados “a chegada desses estrangeiros que procuram refúgio aqui vai ser um transtorno dos grandes para nós. Aliás isso é já sentido no primeiro contacto”. Para um outro paulista “aquele que já tem o seu pão vai ser um problema porque isso vai começar a escassear e mais tarde não vai ter mais nada”. E uma dona de casa sublinha que “o povo já não aguenta os que já estão a viver aqui, quanto mais os que ainda virão”.
Outra dificuldade é a própria desaceleração económica do País, que pode frustrar quem busca um recomeço no Brasil, como indica o antropólogo Cláudio Bertolli Filho. “Infelizmente, o Brasil vive hoje uma crise económica grave e quando esses indivíduos chegam não encontram aquela facilidade que esperavam para se integrarem inclusive no mundo do trabalho”.Hoje, o Brasil abriga refugiados de oitenta e uma nacionalidades.
Os angolanos representam o terceiro maior grupo, atrás apenas de Sírios e Colombianos.