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Após agressões, UNITA diz que vai estudar o adversário: MPLA

3 de junho de 2025

Deputado da UNITA diz que, face à crescente intolerância política, o partido não está a sair às ruas porque ainda está a "estudar o adversário", o MPLA. "É este o regime que temos", lamenta Apolo Yakuvela.

UNITA: "Não saímos à rua porque precisamos estudar o adversário"
UNITA condena ataque sofrido pela sua delegação na província do Huambo e atribui ação a "indivíduos identificados como membros do MPLA"Foto: A. Cascais/DW

Em Angola, o deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Apolo Yakuvela, e alguns correligionários foram atacados na última sexta-feira (30.05), no âmbito de uma atividade política na província de Huambo.

O deputado revelou à DW que, face à crescente intolerância política, a UNITA não está a sair à rua porque ainda está a "estudar o adversário", o MPLA

Contudo, Yakuvela garante que o partido não está de braços cruzados.

"Estamos a nos preparar para que todas as manobras do nosso adversário sejam bem seguidas para quando chegarmos, tanto na pré-campanha como em 2027, o ano das eleições, não venhamos a ser surpreendidos", salienta.

DW África: Em que circunstâncias aconteceu o ataque que denuncia?

Apolo Yakuvela (AY): No quadro da nova divisão político-administrativa, depois de termos completado todos os procedimentos administrativos, no dia 30 de maio partimos para o terreno. Chegando lá, como não encontrámos a administradora ou um membro da sua administração, partimos para um encontro com o Comandante Municipal da polícia. Quando estávamos a aproximarmo-nos da esquadra policial, encontrámos uma barreira dos elementos afetos ao MPLA, que começaram a atacar-nos com armas brancas. Portanto, nessas circunstâncias, como fomos intercetados com agressões.

DW África: São frequentes os ataques a caravanas da UNITA durante as suas atividades políticas sem que os autores sejam responsabilizados. Mas, ainda assim, o seu partido não se inibe de sair à rua?

AY: Podemos dizer que não estamos a sair à rua face às várias irregularidades que o nosso adversário tem praticado e por uma questão muito simples: precisamos de estudá-lo. Precisamos também de sensibilizar os nossos membros e a população em geral, que hoje tem compreendido que o nosso adversário aplica estratégias manipulativas e depois procura encontrar alguma forma para destruir não só os angolanos como os adversários políticos.

Assembleia Nacional angolana manifestou "profunda preocupação" com o ataque pedindo responsabilização dos autoresFoto: Borralho Ndomba/DW

DW África: Uma resposta mais incisiva da UNITA está a ser acautelada? As eleições estão à porta e a violência poderá agravar-se…

AY: Sobretudo o nosso partido e a nossa direção estamos atentos. Estamos a nos preparar para que todas as manobras do nosso adversário sejam bem seguidas para quando chegarmos, tanto na pré-campanha como em 2027, o ano das eleições, não venhamos a ser surpreendidos.

DW África: O Parlamento lamentou o sucedido e exigiu responsabilizações. A seu ver, são sinceras as palavras da presidente Carolina Cerqueira?

AY: Vamos dar o benefício da dúvida porque já muitos casos aconteceram. Por exemplo, em 2016, Adalberto Costa Júnior, nas vestes de Presidente do grupo parlamentar da UNITA, havia se deslocado de Luanda para Benguela e de Benguela para as áreas de Capupa com todos os procedimentos administrativos sobre a sua deslocação tratados. Mas no terreno encontrou o adversário, que é o Governo, que organizou o terreno criando barreiras e grandes obstáculos à caravana. Foi uma ação que criou danos humanos, danos materiais, mas os autores, até este momento, não são conhecidos. Portanto, é este regime é que temos. Em Angola para tudo é preciso prudência. Quanto aos acontecimentos do dia 30 de maio vamos ver em o que é que vai resultar.

DW África: Esses ataques acontecem pouco depois do líder do seu partido se ter encontrado com o Presidente da República.  João Lourenço leva, de facto, a sério a paz e a boa convivência em Angola?

AY: Tudo aconteceu precisamente no dia em que se estava a acompanhar um ato muito grande de condecoração de algumas figuras do país. E enquanto uns estavam lá satisfeitos, nos abraços, nas fotografias, outra parte do país estava a sangrar. Portanto, é assim o nosso país.

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