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SaúdeTanzânia

Após ceticismo, Tanzânia inicia campanha de vacinação

tms | com agências
29 de julho de 2021

Diferente do antecessor John Magufuli, Presidente Samia Suluhu apela para que população tome vacina contra Covid-19 o mais breve possível. Em África, apenas Burundi e Eritreia ainda não iniciaram campanha de vacinação.

Tansania Daressalam | Coronavirus | Impfung Samia Suluhu Hassan, Präsidentin
Foto: Emmanuel Herman/REUTERS

Foi um grande avanço para a Tanzânia, depois do Governo negacionista do antigo Presidente John Magufuli. Contra a Covid-19, a Presidente Samia Suluhu lançou a campanha de vacinação e ela foi uma das primeiras imunizadas nesta quarta-feira (28.07).

A chefe de Estado, que assumiu o poder em março, após a morte de Magufuli, deixou claro que o país tem desafios pela frente: "O número de pessoas a se vacinar, que ainda é pequeno. Estamos a fazer esforços para garantir mais vacinas".

Samia Suluhu revelou que está em contato com o a direção do Centro de Controlo de Doenças em África (CCDA). "Os preparativos que estão a ser feitos pela União Africana, e [o diretor-geral do CCDA disse] que mais vacinas foram compradas para serem vendidas aos países africanos".

Governo de Magufuli foi marcado pelo negacionismoFoto: picture-alliance/AP Photo

"Infetados pelo ceticismo"

Sob o Governo de Magufuli, a Tanzânia passou bem mais de um ano sem atualizar o número de casos de Covid-19 no país, mas recomeçou agora a comunicar os dados ao Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.

Esta quarta-feira, o país registou 858 infeções. Um dos desafios do Governo tanzaniano é inverter o ceticismo que a administração anterior promoveu em relação aos imunizantes.

"Não estou disposto a ser vacinado porque temos muitos medicamentos tradicionais e não podemos ser forçados a tomar a vacina, e é por isso que o Governo disse que a vacinação é voluntária. Por que não consideramos as nossas soluções tradicionais?", questiona Kelvin Mmari, residente em Dar es Salaam.

Assim como a Presidente, a ministra da Saúde da Tanzânia  também defendeu a vacinação. Dorothy Gwajima salientou que a vacina é segura. "Os tanzanianos devem sair confiantes para serem vacinados. A informação de pessoas que não são profissionais de saúde apenas as enganará", alertou.

Imunização atrasada

Por outro lado, há cidadãos que defendem a vacinação. "A ação da Presidente na batalha contra o novo coronavírus trouxe alívio aos tanzanianos e vamos assegurar que nos juntaremos a outros países nesta luta. As vacinas vão proteger-nos da Covid-19 e garantirão o nosso bem-estar", opina Hawa Bihoga, também residente na capital tanzaniana.

A Tanzânia está a tentar recuperar o atraso, uma vez que muitas partes do continente africano enfrentam uma nova vaga de infeções – também por causa da variante Delta do novo coronavírus.

De acordo com dados do continente, apenas o Burundi e a Eritreia ainda não iniciaram uma campanha de vacinação contra a Covid-19 em África.

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