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Após massacre, jihadistas intensificam ações na Nigéria

nn | com agências
12 de fevereiro de 2020

Desde domingo, radicais islâmicos mataram mais de 30 pessoas e atacaram forças de segurança no nordeste da Nigéria. Efetivo militar foi reforçado no Estado de Borno.

Nigeria | Niedergebrannte Fahrzeuge in Auno
Vítimas foram mortas dentro de viaturasFoto: Getty Images/AFP/A. Marte

Jihadistas mataram cinco agentes de segurança em três ataques separados no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, informaram fontes militares à agência AFP nesta quarta-feira (12.02).

O ataque foi perpetrado por combatentes do grupo jihadista do Estado islâmico da África Ocidental (ISWAP) nas cidades de Rann, Tungusche e Gajiganna.

Tungushe - a 22 km da capital do Estado de Borno, Maiduguri - tem sido alvo do ISWAP e de combatentes da fação rival Boko Haram. Os terroristas atacam tropas e invadem aldeias à procura de comida e gado.

Desde domingo, o Governo nigeriano decidiu reforçar a presença militar em Borno, após integrantes do Boko Haram matarem mais de 30 pessoas, incendiando carros onde dormiam. O massacre ocorreu no último domingo na cidade de Auno, a 20 Km de Maiduguri.

Cenas macabras

Auno tem sofrido vários ataques de extremistasFoto: Getty Images/AFP/A. Marte

As cenas narradas pelas testemunhas são de absoluto terror. O grupo armado queimou corpos de vítimas baleadas. Outras pessoas foram mortas dentro de carros em chamas.

"Estávamos sentados no banco da frente do carro e, inesperadamente, ouvimo-los gritar Allahu Akbar, que significa 'Deus é grande'. Depois, começaram os tiros", disse uma das testemunhas ouvidas pela agência France Presse.

Outra testemunha diz que escapou por pouco. "Mataram uma senhora no banco da frente do carro e depois nós começámos a fugir. Vi-os matar mais de dez pessoas e a queimar dois bebés no carro. Também sequestraram vários homens e mulheres", disse outra testemunha.

O governador do estado de Borno, Babagana Zulum, visitou, na segunda-feira (11.02), o local da tragédia, onde alguns dos carros continuavam em chamas.

Auno sofreu seis ataques do Boko Haram em sete meses. Militares acusam os motoristas das viaturas incendiadas de terem desrespeitado um aviso militar sobre o encerramento da estrada onde ocorreu o incidente.

Por outro lado, o Governador de Borno acusou as forças de segurança de não protegerem os viajantes e pediu-lhes que restabelecessem uma base militar naquela zona, para além de reforçarem as patrulhas na estrada.

Após massacre, jihadistas intensificam ações na Nigéria

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Instabilidade 

Durante o ataque, os terroristas raptaram várias pessoas, incluindo mulheres e crianças. Pelo menos oito camiões com mercadorias foram incendiados, e os assaltantes abandonaram o local do assalto depois de pilharem casas e lojas. 

O noroeste da Nigéria vive há anos em alerta permanente devido à violência perpetrada pelo Boko Haram. O grupo radical islâmico luta há dez anos para implantar um Estado de cunho islâmico no país - que tem maioria muçulmana no norte e cristã no sul.

Em 2014, os jihadistas raptaram em Chibok mais de 270 meninas, captando a atenção mundial. 112 acabaram por ser recuperadas após negociações com o Governo. A maioria, porém, permanece desaparecida.

O especialista em segurança nigeriano Kabiru Adamu tem cada vez menos esperança quanto à recuperação das vítimas. "Temos que estar cientes de que há atos de guerra nesta região, lançaram-se bombas. As milícias terroristas que as mantiveram prisioneiras anunciaram que já venderam as crianças. Algumas delas casaram à força, o que mostra o quão difícil será para serem libertadas", explica.

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