"Apelamos a um cessar-fogo imediato de 21 dias na fronteira entre o Líbano e Israel, a fim de criar espaço para a diplomacia", lê-se na declaração assinada por EUA, França, UE, Austrália, Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar.

Emitida após conversações, lideradas pela França e pelos EUA, na sessão do Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque, a declaração também reitera os apelos a um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O apelo surge na sequência de uma escalada do conflito, que resultou em numerosos ataques israelitas no sul e no leste do Líbano, bem como na capital Beirute, que já causaram centenas de mortos. O Hezbollah tem também disparado rockets contra Israel.

Os combates no Líbano são "intoleráveis e representam um risco inaceitável de uma escalada regional mais alargada", é sublinhado na declaração divulgada pela Casa Branca. "Chegou o momento de concluir uma solução diplomática que permita aos civis de ambos os lados da fronteira regressarem às suas casas em segurança", conclui.

Noutra declaração conjunta separada, emitida após a reunião à margem da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, os Presidentes dos EUA e de França, Joe Biden e Emmanuel Macron, respetivamente, disseram que tinham "trabalhado juntos nos últimos dias" para chegar a este apelo conjunto. "Apelamos para uma aprovação alargada e ao apoio imediato dos governos de Israel e do Líbano", afirmaram.

Na noite passada, Israel afirmou ter atingido "mais de 2.000 alvos terroristas" do movimento xiita Hezbollah no Líbano nos últimos três dias, numa ofensiva que já causou dezenas de mortos e centenas de feridos. 

Primeiro-ministro libanês esperançoso

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse ter esperança relativamente à proposta de cessar-fogo anunciada na quarta-feira. Embora os pormenores do plano franco-americano ainda não tenham sido revelados, Mikati acredita que poderia pôr fim ao conflito entre Israel e o Hezbollah.

"A França esteve ao nosso lado nas circunstâncias mais sombrias, sendo a melhor prova os esforços que a França está a fazer hoje em colaboração com os Estados Unidos para emitir um comunicado conjunto que goza de apoio internacional e que poria fim a esta guerra suja", disse Mikati perante o Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque.

"Estou aqui hoje na esperança de sair desta sessão com uma solução séria (...) para pressionar Israel a conseguir um cessar-fogo imediato em todas as frentes e para restaurar a estabilidade e a segurança na nossa região", afirmou o primeiro-ministro.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, disse na quarta-feira que Paris e Washington estavam a trabalhar para promover um cessar-fogo de 21 dias no Líbano, logo após os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron terem conversado na sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Os pormenores não foram divulgados, mas a ideia subjacente ao cessar-fogo temporário é permitir negociações e um cessar-fogo mais sustentável. "Houve progressos importantes nas últimas horas", disse Barrot ao final da tarde.