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PolíticaÁfrica do Sul

"Não toquem em Zuma", afirmam seus apoiantes.

Lusa | af
4 de julho de 2021

Centenas de apoiantes do ex-presidente sul-africano, Jacob Zuma continuavam este domingo (04.07) acampados em frente à sua residência, no interior de Zulu, refere a Agence France-Presse (AFP).

Südafrika | Präsident Zuma tritt zurück ARCHIV
Foto: Reuters/R. Ward

Jacob Zuma, de 79 anos foi recentemente condenado pelo Tribunal Constitucional, a 15 meses de prisão por desacato, após múltiplas recusas a testemunhar no âmbito das investigações por corrupção do Estado, obriga-o a entregar-se até este domingo às autoridades. 

Caso contrário, a polícia irá prendê-lo para o levar para a prisão e começar a cumprir a sua pena. Entretanto, esta intenção parece estar longe de se cumprir. 

Se a polícia "vier aqui prender Ubaba (o pai, em zulu), terá que começar por nós", disse à AFP um dos apoiante do carismático líder, Lindokuhle Maphalala, que na companhia de tantos outros que passaram a noite de sábado (03.07) em frente da casa de Zuma, cantando e dançando.

Vestidos com as cores do histórico partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), ameaça responder a qualquer intervenção policial. "Não toquem em Zuma", referiram os apoiantes.

Depois da sentença do Tribunal Constitucional, a sua equipa de advogados submeteu um pedido do estratega político para reconsiderar o seu julgamento, o que foi aceite no último sábado.

Assim, Jacob Zuma deverá comparecer numa nova audiência, marcada para 12 de julho.

 Acreditando que os juízes extrapolaram os seus direitos e invocando a "sua saúde instável", o ex-presidente questiona, no seu recurso, uma sentença de prisão "cruel e degradante", que considera inadequada para atos de desacato. 

De acordo com especialistas, este novo recurso não suspende o julgamento e Zuma ainda se deve apresentar às autoridades.  "Apoiará a ideia mesmo que esteja incorreta", disse à AFP uma professora de direito público da Universidade da Cidade do Cabo, Cathleen Powell. 

Jacob Zuma declara-se inocenteFoto: Reuters/R. Ward

Jacob Zuma deve falar publicamente de Nkandla durante o dia e reunir-se-á com os seus advogados previamente, de acordo com a fundação que o representa. 

Temendo tensões, o ANC enviou uma delegação à província de Kwazulu-Natal (Leste) para pedir calma e a presença policial foi reforçada. 

No fim de semana, representantes do ANC entraram e deixaram a residência de Jacob Zuma, conhecida por ter sido reformada às custas do contribuinte por 20 milhões de euros durante sua presidência (2009-2018).

O ex-presidente é acusado de saquear dinheiro público durante seus nove anos no poder. Preso em escândalos, foi forçado a renunciar e a ser substituído pelo atual presidente, Cyril Ramaphosa.

 O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma pediu aos tribunais para reconsiderarem a sentença de 15 anos de prisão imposta esta semana pelo Tribunal Constitucional, por não ter cumprido as citações judiciais que o obrigavam a testemunhar em investigações.

 Esta é a primeira vez na história da África do Sul que um ex-presidente, que ocupou o cargo entre 2009 e 2018, é condenado a uma pena de prisão.

 Zuma está a enfrentar outros problemas legais, nomeadamente, em tribunal, acusações relacionadas com subornos, que alegadamente terá recebido durante um negócio de aquisição de armas pela África do Sul em 1999.

 O ex-presidente declarou-se inocente das acusações e os seus advogados solicitaram a demissão do procurador principal no seu caso, por alegada parcialidade contra Jacob Zuma.

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