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Bissau: "Apoios garantidos se data das eleições for mantida"

Lusa | tms
23 de junho de 2018

O novo representante da ONU em Bissau afirmou que a comunidade internacional pode aumentar os apoios financeiros para a realização das legislativas se a data do escrutínio for mantida a 18 de novembro.

Eleições guineenses de 2014 Foto: SEYLLOU/AFP/Getty Images

O novo representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o brasileiro José Viegas Filho, anunciou este sábado (23.06) a mobilização internacional para apoiar financeiramente as eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, caso seja mantida a data da votação.

"Quando ganharmos suficiente demonstração de firmeza por parte dos partidos políticos, por parte das instituições deste país, o dinheiro certamente chegará para que nós tenhamos as eleições realizadas", defendeu Viegas Filho, que disse sentir "uma conjuntura favorável” em relação ao país.

José Viegas Filho observou que "o problema do momento" são os equipamentos de registo de eleitores para os quais, disse, já existem contribuições da ONU, de países e de instituições internacionais. O diplomata afirmou ter confiança de que se for necessário os apoios serão aumentados nesse sentido.

O representante sublinhou igualmente ser "urgente encaminhar" o processo eleitoral e ainda uma demonstração de determinação das autoridades guineenses, da própria ONU e da comunidade internacional na vontade de realização de eleições legislativas na data prevista.

Legislativas em 2014Foto: picture-alliance/dpa

Condições

Com as eleições realizadas em novembro e com a estabilidade política recuperada, Viegas Filho acredita que estarão criadas todas as condições para que a Guiné-Bissau volte a receber, da comunidade internacional, uma nova ajuda financeira, "talvez tão intensa" como aquela anunciada, mas ainda não disponibilizada, no âmbito do programa Terra Ranka, disse.

Numa mesa redonda em março de 2015, realizada na Bélgica, a comunidade internacional prometeu 1,5 mil milhões dólares para financiar o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau, Terra Ranka.

Viegas Filho avisou que as esperanças atuais em relação às eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, não podem ser defraudadas. "Se estas esperanças não se confirmarem, em novembro, será extremamente difícil para mim, provocar um apoio da comunidade internacional em favor deste país", declarou o diplomata da ONU.

"Ambiente favorável para o combate às drogas"

Além de falar sobre as eleições guineenses, José Viegas Filho também defendeu que na Guiné-Bissau há condições favoráveis para o combate ao tráfico de droga e salientou que este crime "é um problema mundial, extremamente difícil" de combater, mas que no caso guineense talvez haja esperança.

"Eu acredito que o facto de a Guiné-Bissau ser um país relativamente pequeno, uma população relativamente pequena e ser um país de trânsito, muito mais do que um país do consumo, possam existir mais condições favoráveis para um efetivo combate ao tráfico", considerou Viegas Filho, que ainda não se reuniu com o representante da agência da ONU para a Droga e o Crime Organizado (ONUDC) para o país.

Mas, das descrições telefónicas que tem recebido do encarregado da ONUDC para Guiné-Bissau, mas residente no Senegal, há esforços a serem feitos, notou Viegas Filho.

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