Projeto de Promoção de Aquacultura de Pequena Escala está a ser implementado em Sofala e Manica e deve ser base para desenvolvimento do setor. Beneficiários falam em melhorias financeira e alimentar.
Tanques piscícolas do projeto ProAQUAFoto: DW/B. Jequete
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O Governo moçambicano, através do Fundo Internacional de Desenvolvimento de Agricultura (FIDA), está a investir 3,4 milhões de dólares norte-americanos para potenciar a criação de peixes em tanques.
A iniciativa, que foi lançada em 2014 e termina em novembro deste ano, está a ser implementada nos distritos de Gondola, Macate, Mossurize e Sussundenga, na província de Manica, e Gorongosa, em Sofala.
Lebson Tsanguirene, beneficiário do Projeto de Promoção de Aquacultura de Pequena Escala (ProAQUA), no distrito de Gondola, disse beneficiar da iniciativa que visa a comercialização de peixes, porque está a ajudar no combate à pobreza.
Jossino Rafael, criador de peixes em MossurizeFoto: DW/B. Jequete
"Para abertura dos tanques, os responsáveis do setor ajudaram-nos com material - como pás, enxadas, picaretas, e carrinha de mão - bem como na formação sobre a criação de peixes e suas vantagens," descreveu.
"Para nós a iniciativa está a ajudar-nos muito, porque estamos a melhorar a nossa dieta alimentar para além de arrecadarmos algum rendimento familiar", revelou.
Outro criador de peixes em tanques piscícolas em Mossurize, Jossino Rafael, enalteceu o esforço do Governo moçambicano com a implentação do projeto, visto a situação financeira e alimentar dos associados ter melhorado sensivelmente.
"O trabalho que estamos a fazer é de promover a piscicultura no distrito de Mossurize e o que se espera é melhorar a vida da comunidade e a dieta alimentar. Na associação Pasi ne Nzara, contamos com 42 tanques e ela é composta por 40 membros. Recebemos 10.500 alevinos [peixes que acabaram de deixar a fase de larva] e esperamos produzir uma tonelada e 92 quilos, dependendo do ciclo," explicou.
Aquacultura para combater pobreza em Moçambique
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Apoiar as famílias e desenvolver o setor
Já o diretor provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas de Manica, Juvêncio Rosário Quim, disse que os piscicultores têm estado a receber kits de iniciação, apoio técnico, fornecimento de ração para os alevinos, para além de formação para as comunidades, visando torná-las auto-suficientes na produção do peixe.
"É um projeto financiado em 87% pela União Europeia através do FIDA e o restante é contribuição do Governo de Moçambique, para desenvolver aquacultura de pequena escala e apoiar as famílias moçambicanas a desenvolver esta atividade que é importante para a segurança alimentar e nutricional," explicou.
"O projeto visa desenvolver aquacultura na província de Manica, apoiar as famílias que praticam essa atividade," concluiu Rosário Quim.
Juvêncio Rosário Quim, diretor provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas de ManicaFoto: DW/B. Jequete
Por seu lado, o diretor-geral do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura, Fernando Momade, explicou que os resultados obtidos até então são encorajadores, atendendo que se trata de um projeto-piloto que está a servir de base para ajudar na definição do modelo de intervenção para o desenvolvimento da aquacultura em Moçambique.
Esse é um projeto que tinha que nos ajudar naquilo que é a estratégia para promover o desenvolvivento da aquacultura do país. A partir destes resultados, vamos definir o projeto de implementação
Refira-se que abertos desde 2014, ano em que foi lançado o projeto, até o momento, já foram abertos 1.113 tanques piscícolas, dos quais 312 em Gorongosa - onde foram produzidas pouco mais de 102 toneladas de peixe.
Fazer as unhas nas ruas de Moçambique
Em Inhambane, fazer as unhas às mulheres nas ruas já se tornou um negócio. Jovens sem emprego percorrem a província com tábuas de vernizes. Outros têm "salões" nos quais oferecem os serviços de manicure e pedicure.
Foto: DW/L. da Conceicao
Caminhar todos dias
O negócio de pintar unhas não é fácil para os jovens que realizam esta atividade, é preciso caminhar pelas ruas das cidades com uma tábua de vernizes, além de ser necessário conquistar a clientela. Valdimiro Chapuana conseguiu lobolar (ter um casamento tradicional) a sua esposa e tem dois filhos graças aos rendimentos deste negócio.
Foto: DW/L. da Conceicao
“Estou feliz com o meu trabalho”
Lourenço Zacarias concluiu o nível médio na escola secundária e não teve oportunidade para entrar na faculdade nem conseguir emprego. Pediu dinheiro ao irmão mais velho para começar o negócio e abriu uma banca de pintar unhas em frente à escola que frequentou na cidade de Maxixe. “Estou feliz com o meu trabalho”, diz.
Foto: DW/L. da Conceicao
Colocar e pintar unhas para lobolar
Antunes Costa e a noiva, que estão a preparar-se para lobolar (casamento tradicional), decidiram tratar das unhas por uma questão de elegância e beleza. Recorreram a uma banca onde colocam e pintam unhas. Questionados sobre a escolha deste local, disseram que o trabalho é de qualidade e os preços razoáveis.
Foto: DW/L. da Conceicao
Salões de unhas nas ruas
Os salões que pintam unhas estão espalhados pelas cidades e vilas da província de Inhambane. O negócio começou a fazer sucesso na África do Sul e em Maputo, de onde vieram empreendedores que passaram os seus conhecimentos aos jovens locais. Nos últimos três anos, o negócio ganhou espaço nas ruas da província. Muitas mulheres que procuram realçar a sua beleza recorrem estes locais.
Foto: DW/L. da Conceicao
Detalhe da pedicure
A manicure e a pedicure podem ser realizadas nas ruas, nos locais de trabalho ou nas residências das clientes. Os jovens que exercem a atividade deixam o seu contacto com os clientes. A clientela acredita no trabalho de qualidade. O preço varia entre 100 e 450 meticais (um e seis euros).
Foto: DW/L. da Conceicao
Perigos para a saúde
Esta atividade requer cuidados com a saúde, tanto para quem faz o trabalho, como para as clientes. Nem todos usam proteção, como luvas e máscaras, e o material nem sempre é esterilizado. Muitas vezes os equipamentos são conservados em condições precárias.
Foto: DW/L. da Conceicao
Trabalho infantil
Matias Pedro é um adolescente de 15 anos que abandonou a família no distrito de Funhalouro e veio para a cidade de Maxixe em busca de melhores condições de vida. Não teve escolha quando lhe ofereceram este trabalho para pintar unhas nas ruas. Ganha cerca de 1.500 meticais (20 euros).
Foto: DW/L. da Conceicao
“Faço o trabalho há 15 anos”
Nido Zaqueu conseguiu empregar-se depois de aprender a atividade na África do Sul em 2003. Seis anos depois, voltou a Moçambique e começou a fazer negócio na cidade de Maputo. Devido à procura de novos mercados, fixou-se na cidade de Maxixe. É casado e pai de três filhos. Diz que o negócio vale a pena e emprega temporariamente três jovens, entre eles o irmão.
Foto: DW/L. da Conceicao
Cliente satisfeita
O trabalho requer muita atenção, pois um pequeno erro pode estragar a beleza das unhas. Ainda assim, os jovens pouco experientes conseguem deixar as suas clientes satisfeitas. Os modelos disponíveis encontram-se nos cartazes. “Cada mulher quer um modelo diferente e que combine com o seu vestuário, mas também com a época do ano”, explicam os jovens.
Foto: DW/L. da Conceicao
Quem procura este serviço?
Mulheres trabalhadoras, estudantes universitárias e turistas estão entre os grupos que procuram este serviço. Muitas delas contam que não têm material nas suas casas ou não sabem fazer melhor. Falta de tempo, paciência e criatividade são outros motivos que as levam a pagar por serviços de manicure e pedicure.
Foto: DW/L. da Conceicao
À espera de melhores oportunidades
Delercio Arnaldo, adolescente natural do distrito de Massinga, conseguiu emprego a pintar unhas em Inhambane. Conta que deixou a família e abandonou os estudos por falta de condições há cerca de dois anos. Espera um dia ter outras oportunidades na sua vida.
Foto: DW/L. da Conceicao
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O serviço de pintar unhas tem publicidade espalhada em todas as avenidas. Os panfletos incluem o nome de quem pratica a atividade e os contactos. Algumas mulheres recorrem aos salões ou mesmo a jovens na rua por terem confiança neles. Outras solicitam serviços ao domicílio. “Às vezes viajamos para outras províncias, distritos ou mesmo residências aqui dentro da cidade”, dizem muitos jovens.