1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Argélia: Morte e prisões marcam protestos

DPA | AFP | Reuters | tm
2 de março de 2019

Na Argélia, cresce resistência ao quinto mandato de Abdelaziz Bouteflika. Estima-se 45 pessoas presas e mais de 180 feridos em protestos. Supõe-se serem as maiores manifestações anti-governo desde a Primavera Árabe.

Algerien Proteste Demonstration
Um homem recebe ajuda durante os protestos desta sexta-feira (02.3)Foto: Reuters/Z. Bensemra

Na Argélia, milhares de manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira (01.3), em várias partes do país, contra o plano de candidatura ao quinto mandato do Presidente Abdelaziz Bouteflika. Segundo informações de uma agência de segurança, estima-se que 45 manifestantes tenham sido presos durante os protestos e cerca de 56 policiais tenham sido feridos. O Ministério da Saúde reporta cerca de 183 feridos. 

Neste sábado (02.3), a morte de um manifestante que participava dos protestos desta sexta-feira em Argel, capital do país, foi confirmada por um funcionário do Governo e um familiar. O ministro do Interior argelino, Nouredine Bedoui, informou que a vítima fora Hassan Ben Khedda, filho de um antigo político do país. "As investigações esclarecerão as causas e circunstâncias da morte ", disse o ministro através de um tweet.

Essa foi a primeira morte desde que protestos eclodiram pelo país, há uma semana. Um irmão da vítima culpou o que ele chamou de "gangue e seus bandidos" . Numa declaração pela internet, o familiar disse que Ben Khedda, que tinha cerca de 50 anos de idade, foi morto num confronto entre a polícia e "bandidos sem relação com o manifestantes". 

Maiores protestos desde a Primavera Árabe

Argelinos nos protestosFoto: picture-alliance/dpa/A. Belghoul

A polícia usou gás lacrimogêneo em vários pontos da capital para dispersar os manifestantes, relatam repórteres. Supõe-se que sejam os maiores protestos anti-governo desde a chamada Primavera Árabe, há oito anos.

Segundo agências de notícias, os manifestantes eram homens e mulheres de todas as idades, que acenavam bandeiras argelinas e gritavam "regimes de assassinato" ou "o povo exige a derrubada do regime". Fontes de segurança dizem que, somente na capital, milhares de pessoas saíram às ruas. Entretanto, houve protestos em quase dois terços das localidades a norte, a região mais povoada do país.

Os protestos desta sexta-feira foram os mais recentes de uma série de manifestações contra o Presidente Bouteflika e decorreram em resposta a chamadas de ativistas anônimos pela internet. Proibidas em Argel desde 2001, manifestações têm sido convocadas nas redes sociais como forma de protesto ao quinto mandato do Presidente.

Bouteflika, que completou 82 anos neste sábado, e que há cerca de 20 anos está no poder, sofreu um derrame em 2013 e raramente é visto em público. O organizador da sua campanha disse esta semana que o criticado líder apresentaria documentos para a candidatura às eleições de 18 de abril neste domingo (03.3), o último dia de inscrição.