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Educação

Associação alemã investe na educação de jovens moçambicanos

Cristiane Vieira Teixeira (Berlim)
4 de dezembro de 2017

Há mais de 20 anos, organização presidida pelo cônsul honorário de Moçambique em Munique, Siegfried Lingel, investe na educação de crianças e jovens moçambicanos. Projetos vão da pré-escola à formação profissional.

Mosambik - Siegfried Lingel Honorargeneralkonsul
Siegfried Lingel, cônsul honorário de Moçambique em Munique (fotografado em Berlim)Foto: DW/C. V. Teixeira

O alemão Siegfried Lingel é cônsul honorário de Moçambique em Munique, no Sul da Alemanha, há 25 anos. Há cerca de 20, passou a integrar a Deutsch-Mosambikanische Gesellschaft (DMG, que significa Sociedade Alemã-Moçambicana em português).

Em pouco tempo, tornou-se o presidente da associação que passou a empenhar-se na educação de crianças e jovens moçambicanos, nas regiões rurais do país.

O motivo, diz, é que "nas áreas rurais de Moçambique, normalmente, as crianças não falam português, mas sim alguma língua local. Quando chegam à escola, não sabem ler nem calcular. Em dois anos, acabam abandonando a escola e não levam conhecimento consigo".

Associação alemã investe na educação de jovens moçambicanos

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Escolas e formação profissional

A DMG oferece acesso à educação a cerca de 1.500 jovens e crianças moçambicanos, por ano. Atualmente, a organização recebe cerca de 2.500 estudantes em oito jardins de infância e quatro escolas primárias, em diversos pontos do país. Tudo financiado pelos mais de 200 membros da associação e cerca de 300 doadores.

"Administramos nós mesmos essas escolas da DMG, que financiamos através de doações. As crianças recebem, por exemplo, três refeições quentes por dia. A vantagem é que as mães podem ir ao campo trabalhar. Mas desde as educadoras, passando pela cozinha, até à compra dos alimentos, tudo é financiado pela Sociedade Alemã-Moçambicana", explica Siegfried Lingel.

A organização alemã também investe na formação profissional dos jovens. Oferece cursos de corte e costura, artesanato ou eletricista, por exemplo. Siegfried Lingel diz que este trabalho, feito há cerca de 15 anos, também mostra bons resultados.

"Quando as pessoas concluem os cursos, o que fazem depois? Eu vejo que, alguns continuam a estudar e muitos ou todos conseguem, imediatamente, um contrato numa empresa, ou tornam-se autônomos. Este é um grande sucesso. Quase todos dos que têm uma formação profissional, nenhum fica pelo caminho", garante.

Praia em VilanculosFoto: L. da Conceição

Projetos na saúde e no turismo

Além dos esforços de promoção da educação, a DMG investe também na saúde. Num projeto que concilia as duas áreas, é co-fundadora da Faculdade de Medicina da Universidade Católia da cidade da Beira, que conta com 1.510 estudantes.

"Começamos com a faculdade há 11 anos. Atualmente, na Faculdade de Medicina, temos 200 [novos] estudantes todos os anos e cerca de 70 médicos e prestadores de cuidados, entre outros profissionais, podem ser integrados no sistema de saúde de Moçambique", acrescenta.

O cônsul honorário de Moçambique em Munique e presidente da DMG tem novos projetos em vista. Para o próximo ano, espera iniciar uma parceria entre a sua cidade natal, Aalen, em Baden Württemberg, e Vilanculos, em Moçambique. O foco não poderia ser outro.

"Em Vilanculos, há muitos pequenos hotéis, mas há pouca mão-de-obra. E naturalmente, o desejo é que, na parceria, seja criada uma escola, na qual as pessoas sejam formadas em gastronomia, serviços, cozinha e assim por diante. Que isso seja apoiado e que os parceiros que têm experiência conduzam a escola. Este é o primeiro passo com o qual queremos inicar a parceria", revela Siegfried Lingel.

* Dados sobre o número atual de estudantes dos jardins de infância, escolas e da Faculdade de Medicina da cidade da Beira atualizados em 12.12.2017.

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