Ataque a Trump: Diretora dos Serviços Secretos demite-se
23 de julho de 2024"Assumo total responsabilidade pela falha de segurança", escreveu Cheatle numa mensagem de correio eletrónico enviada hoje aos funcionários dos Serviços Secretos, reconhecendo que é com pesar que abandona o cargo.
Pressão levou a demissão
Kimberly Cheatle, que desempenhava as funções de diretora dos Serviços Secretos desde agosto de 2022, enfrentava uma pressão crescente para se demitir, quando decorrem investigações sobre a forma como o atirador conseguiu chegar tão perto do candidato presidencial republicano num comício de campanha ao ar livre na Pensilvânia.
É pouco provável que a saída de Cheatle ponha fim ao escrutínio público da agência federal, após as falhas assumidas nos acontecimentos do passado dia 13 de julho, data da tentativa de assassinato do republicano Donald Trump. Também surge num momento crítico da política norte-americana: Antes da Convenção Nacional Democrata (prevista para agosto em Chicago) e de uma movimentada época de campanha presidencial.
Congressistas republicanos e democratas prometeram a continuação da investigação sobre o atentado, juntamente com uma investigação do Procurador-geral e de uma investigação independente e bipartidária iniciada a pedido do Presidente Joe Biden, processos que irão manter a agência no centro das atenções.
Biden prometeu hoje "chegar ao fundo" na investigação à tentativa de assassinato de Trump.
"Estou ansioso por avaliar as suas conclusões. Todos sabemos que o que aconteceu nesse dia nunca mais acontecerá. À medida que avançamos, desejo a Kim tudo de bom e planearemos nomear um novo diretor em breve", escreveu Biden em comunicado após aceitar a demissão da diretora dos Serviços Secretos.
Ataque a Trump foi "fracasso operacional"
A demissão de Cheatle acontece um dia depois de ter comparecido perante uma comissão do Congresso e ter sido criticada durante horas por democratas e republicanos pelas falhas de segurança.
Na audição, a representante classificou o atentado contra Trump como o "fracasso operacional mais significativo" dos Serviços Secretos em várias décadas e assumiu total responsabilidade pelas falhas de segurança, mas irritou os congressistas ao não responder a perguntas específicas sobre a investigação.
Na mesma ocasião, Cheatle manteve a posição de que era a "pessoa certa" para liderar os Serviços Secretos, embora tenha admitido a responsabilidade pelas falhas de segurança.
Nesse dia, quando a congressista republicana Nancy Mace sugeriu que Cheatle começasse a redigir a sua carta de demissão na sala de audições do Congresso, a diretora respondeu: "Não, obrigado".