1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Nhongo pronto para falar com Governo moçambicano

Arcénio Sebastião (Beira)
18 de novembro de 2019

O líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, Mariano Nhongo, diz estar disponível para negociar com o Governo moçambicano. Se resposta for negativa, volta a ameaçar recorrer às armas.

RENAMO Guerillakämpfer in Gorongosa, Mosambik
Foto: DW/A. Sebastiao

O líder da autoproclamada "Junta Militar" da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) diz que a saída para acabar com a violência no centro de Moçambique passa por uma negociação séria e urgente com o Governo. Mariano Nhongo mostra-se disponível para um encontro com o Governo na base da "Junta Militar" na região de Piro, em Gorongosa.

"Eu não tenho desconfiança com o Governo. Eu sou moçambicano, eles são moçambicanos", afirma Nhongo. "Eu não tenho desconfiança com o Governo. Eu sou moçambicano, eles são moçambicanos".

Dissidentes da RENAMO na serra da GorongosaFoto: DW/A. Sebastiao

Mariano Nhongo e os outros membros da "Junta Militar" revoltaram-se contra o líder da RENAMO, Ossufo Momade. Acusam-no de falhas e falta de seriedade ao negociar com o Executivo o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado a 6 de agosto.

A "Junta Militar" não reconhece o acordo. Por isso, Nhongo quer finalizar o processo iniciado pelo ex-líder da RENAMO, Afonso Dhlakama.

"Dhlakama morreu e já teria acabado tudo. Neste momento já estaríamos a contar outras coisas… mas voltámos atrás", diz.

Novas ameaças

Desde agosto, dez pessoas morreram em ataques armados no centro do país. Os ataques ocorreram nas estradas número um e seis, que cruzam as províncias de Manica e Sofala.

As autoridades moçambicanas responsabilizam a RENAMO. Mas o líder do maior partido da oposição, Ossufo Momade, rejeita o envolvimento dos seus homens e acusa Mariano Nhongo. A "Junta Militar", de Nhongo, reivindicou vários ataques, mas negou estar por trás de outros.

Nhongo pronto para falar com Governo moçambicano

This browser does not support the audio element.

Mariano Nhongo volta a ameaçar recorrer às armas se o Governo não aceitar uma negociação: "Se o Governo disser que não nos quer, vamos disparar armas, para sobrevivermos. A guerra não vai acabar assim, se o Governo não aceitar aquilo que nós estamos a exigir".

Mariano Nhongo não avança detalhes sobre as suas reivindicações, mas diz que já começou a efetuar diligências para iniciar uma negociação.

Na sexta-feira passada (08.11), na Gorongosa, o Presidente da República, Filipe Nyusi, instou as Forças de Defesa e Segurança a perseguir, neutralizar e responsabilizar os autores dos ataques no centro de Moçambique. Nyusi frisou que a Lei da Amnistia, aprovada em julho, para crimes praticados durante a crise militar entre 2014 e 2016, "é para trás e não para frente".

No domingo (10.11), a comunidade islâmica moçambicana marchou nas ruas da cidade da Beira, apelando ao fim dos ataques armados na região.

Sofala: Populares abandonam casas com medo de novos ataques

01:37

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema