Cerca de mil ativistas bloquearam este domingo uma mina a céu aberto, em Hambach, no oeste da Alemanha, para exigir que acabe a utilização do carvão, um dia antes do início da conferência da ONU para o clima, em Bona.
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Segundo a polícia alemã, a ação foi concretizada por um grupo de manifestantes que aproveitou uma outra ação de protesto, legal, que ocorreu na manhã deste domingo (05.11) junto a esta mina e na qual participaram cerca de 2.500 pessoas, um número que, segundo os organizadores, foi de 4.500.
A porta-voz do grupo, Dorothee Häussermann, explicou, em comunicado, que o principal objetivo do protesto é "pressionar" para se conseguir chegar a "soluções reais", na questão da proteção do ambiente.
"Na conferência do clima o 'lobby' dos combustíveis fósseis senta-se na mesa das negociações. Ao contrário, as vozes daqueles que estão a sofrer gravemente as consequências das alterações climáticas têm pouco peso", argumenta a ativista.
Assim, "nós mesmos devemos pressionar para conseguir soluções reais. É isso que pretendemos com o bloqueio das infraestruturas mineiras", conclui Dorothee Häussermann.
Os ativistas denunciam que o tipo de carvão extraído desta mina a céu aberto é um dos mais poluentes e uma das formas mais sujas de obter energia, o que relacionam com o facto de a Alemanha não cumprir os seus compromissos de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Mais ambição na luta contra as alterações climáticas
A 23ª conferência das Nações Unidas para o clima (COP23) tem início na segunda-feira, em Bona, na Alemanha, e prolonga-se até 17 de novembro, estando prevista a presença de representantes de mais de 100 países, entre técnicos, especialistas, organizações não governamentais - ambientalistas e outras - e governantes.
O encontro, presidido pelas ilhas Fiji, uma das regiões mais afetadas pelas mudanças do clima, tem como objetivo avançar medidas estipuladas no Acordo de Paris e tentar conseguir mais ambição nas metas nacionais de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Para evitar o agravamento dos fenómenos climáticos extremos, como ondas de calor, seca ou inundações, os cientistas apontam a necessidade de limitar a subida da temperatura a, pelo menos, 2ºC (dois graus Celsius), ou 1,5ºC, em relação à época pré-industrial, mas os atuais compromissos não são suficientes para cumprir esta meta.
Esta COP é a primeira depois do anúncio do abandono do Acordo de Paris pelos Estados Unidos, feito por Donald Trump, presidente dos EUA.
Construindo uma cidade climática para o mundo
Bona, na Alemanha, prepara-se para a Conferência do Clima da ONU (COP23). Novas infraestruturas surgiram em toda a cidade. A DW observou esta transformação — inclusive da nossa janela.
Foto: DW/S.Diehn
Bona prepara-se
Em poucos meses, a antiga capital alemã foi sendo completamente remodelada: de uma nova estação ferroviária às várias tendas gigantes que foram montadas. Bona vai acolher a Conferência Mundial sobre o Clima da ONU (COP23), de 6 a 17 de novembro. Um dos maiores complexos foi erguido no parque da Deutsche Welle. Aqui, as primeiras gruas aparecem para a construção do espaço, no início de agosto.
Foto: DW/S.Diehn
"Bula!" para a Cop23
"Welcome! Willkommen! Bula!" Porquê estas três saudações? Bem-vindo, em inglês, porque esta é uma língua universal - tem de estar aqui! E a conferência decorre na Alemanha - o "Willkommen" encaixa bem. Mas o que é "bula"? Apesar de ter lugar em Bona, a COP23 é oficialmente hospedada pelas Ilhas Fiji - representadas aqui pela língua nativa. "Bula" significa "bem-vindo" ou "amizade" em fiji.
Foto: DW/I. B. Ruiz
Juntar todo o mundo
Esta enorme tenda receberá pessoas de todo o planeta. Está montada nas margens do rio Reno, em Bona. Em cerca de 40 pavilhões diferentes, as delegações dos 196 países participantes vão debater as suas contribuições para a proteção do clima - é literalmente todo o mundo sob um único teto.
Foto: DW/H. Weise
Pavilhão sustentável da Alemanha
O pavilhão alemão da COP23 será iluminado e decorado por um globo de LED com 3 metros de diâmetro, entre outros aparatos de baixo uso de energia. O espaço conta com um pequeno anfiteatro, bem como uma montra virtual do Ministério da Cooperação e Desenvolvimento Económico e do Ministério do Meio Ambiente.
Foto: DW/H. Weise
Índia no centro das atenções
Outro espaço particularmente grande é o pavilhão da delegação indiana, em grande destaque. Dezenas de trabalhadores investiram esforços diários para preparar o espaço antes do início da COP23. Das estruturas até à iluminação, tudo deve estar pronto para receber os participantes.
Foto: DW/H. Weise
Vamos fazer uma pausa... e trabalhar!
Participar na conferência não se limita ao networking e a ver as atrações. Muitas pessoas estarão a trabalhar, incluindo jornalistas. Além do centro de imprensa, há várias áreas de trabalho no interior das tendas para quem precisar de se sentar ou conectar um dispositivo eletrónico.
Foto: DW/H. Weise
Não se preocupe, vai haver café!
Outro ponto positivo: também haverá muito café - colhido de forma sustentável na Costa Rica. Esta é apenas uma das várias estações prontas para receber quem estiver com sede ou cansado, mas também participantes entusiasmados dispostos a compartilhar conversas decisivas em torno de uma chávena de café de comércio justo.
Foto: DW/H. Weise
Hora do almoço
Uma cantina estende-se por dois andares na maior tenda, onde cerca de 1.500 pessoas poderão comer ao mesmo tempo. A maioria das opções contará com ingredientes orgânicos, bem como produtos locais e da época. A comida vegetariana terá preferência. Prontos para provar? Um menu custará entre 10 e 12 euros.
Foto: DW/H. Weise
ONGs: participantes-chave
Os grupos ambientais, juntamente com muitas outras organizações não-governamentais (ONGs), desempenharão um papel fundamental durante a conferência, falando à sociedade civil e sensibilizando o público. Há um espaço reservado para estas ONGs - cerca de 500 poderão exibir o seu trabalho nesta área de exposição. No total, são 160 stands de cada vez, que se intercalam semanalmente.
Foto: DW/H. Weise
Bona está pronta!
Esta foto foi tirada apenas uma semana antes do início da conferência. Em comparação com a primeira foto, notou uma nítida mudança? A infraestrutura está praticamente pronta, é hora de começar a receber os convidados para trabalharmos juntos para proteger o nosso clima - e o nosso futuro. Bona está pronta, e você?