Nova reunião em Conacri dos atores políticos guineenses
Braima Darame (Bissau) | Lusa
8 de março de 2017
Mais uma deslocação a Conacri dos atores políticos guineenses com vista a um “entendimento” para acabar de uma vez por todas com a crise política na Guiné-Bissau.
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Os líderes políticos da Guiné-Bissau atualmente desavindos devem viajar esta sexta-feira (10.03) para a Guiné-Conacri onde, sob a égide do Presidente daquele país, Alpha Condé, vão tentar encontrar um novo entendimento para acabar com a crise no país.
Fontes partidárias e da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), em Bissau, indicaram que a ida à capital da Guiné-Conacri foi proposta pelo enviado especial do Presidente da República da Guiné, Alpha Condé a Bissau, Nabi Bangura, ministro de Estado e secretário-geral da Presidência, e aceite pelos signatários do Acordo de Conacri.
O acordo em questão é um instrumento patrocinado pelos chefes do Estado da CEDEAO como solução para terminar com o impasse que se regista na Guiné-Bissau há mais de ano e meio, com o bloqueio das instituições da República devido às desavenças entre a classe política.
Governo de consenso?
O Acordo de Conacri foi rubricado em outubro passado e visava a formação de um Governo de consenso entre os atores políticos, liderado por um primeiro-ministro aprovado por todos e que fosse de confiança do chefe do Estado.
Quatro dos cinco partidos representados no Parlamento acusam o Presidente guineense, José Mário Vaz, de ter nomeado Umaro Sissoco Embaló primeiro-ministro sem consenso, recusaram-se a integrar o governo e agora pedem a sua demissão.
Alpha Condé, empenhado na solução da crise
Para entregar uma mensagem ao seu homologo guineense, José Mário Vaz, o Presidente Alpha Condé enviou à Bissau, Nabi Bangura, ministro de Estado e secretário-geral da Presidência, que manteve vários encontros durante esta quarta-feira (08.03) com os líderes políticos da Guiné-Bissau e elementos da comunidade internacional.
A todos disse ter reforçado a determinação do Presidente Alpha Condé, mediador da crise guineense em nome da CEDEAO, para a busca do consenso que possa acabar com o impasse no país.Segundo Nabi Bangura, toda comunidade internacional se revê no Acordo de Conacri como solução para crise na Guiné-Bissau e que o Presidente José Mário Vaz garantiu-lhe que se vai empenhar pessoalmente para a procura de um melhor entendimento entre as partes em conflito.
OL - Bissau - MP3-Mono
Eleições gerais na Guiné-Bissau, um marco de esperança
As eleições gerais (presidenciais e legislativas) de domingo, dia 13 de abril de 2014, na Guiné-Bissau decorreram sem incidentes até ao encerramento das urnas às 17 horas.
Foto: DW/João Carlos
Primeira votação desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012
As eleições gerais (presidenciais e legislativas) deste domingo (13.04.) na Guiné-Bissau decorreram sem incidentes até ao encerramento das urnas às 17 horas. Segundo a Comissão Nacional de Eleições, CNE, a taxa de participação no escrutínio foi de 79,4%, a mais alta da história do país.
Foto: SEYLLOU/AFP/Getty Images
Guineenses elegem um presidente e 102 deputados
Mais de 770.000 cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais escolheram entre 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrerem à Assembleia Nacional Popular. De acordo com as diferentes missões de observação eleitoral, tanto na capital como no interior foram detetados apenas pequenos problemas que não afetam a votação. A CNE deverá apresentar os resultados definitivos dentro de uma semana.
Foto: SEYLLOU/AFP/Getty Images
Quem for eleito "deve ser abraçado por todo o povo", diz Chissano
O ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano (à esq.) pediu aos guineenses que estejam prontos para aceitar com "calma" os resultados das eleições gerais. De acordo com o chefe da missão de observadores eleitorais da União Africana, estavam reunidas todas as condições para a realização das eleições na Guiné-Bissau. A UA tem uma equipa de cerca de 60 pessoas a acompanhar as eleições gerais no país.
Foto: DW/Braima Darame
"Paz, paz" foram as palavras do chefe das forças armadas guineenses
O general António Indjai, que liderou o golpe de Estado que em 2012 interrompeu as eleições presidenciais na Guiné-Bissau, lançou pombas brancas depois de votar este domingo em Bissau. Para as eleições, Indjai trocou o uniforme por uma túnica branca. A impunidade do exército é considerado um dos grandes problemas do país e uma reforma é considerada tarefa urgente do novo Presidente.
Foto: DW/Braima Darame
Bissau parou no último dia de campanha eleitoral
Na sexta-feira (11.04.), comércio e instituições da capital guineense fecharam as portas durante a tarde e milhares de cidadãos saíram às ruas para celebrar a democracia. De forma a evitar confrontos entre apoiantes dos diferentes candidatos e partidos, mais de 2.000 homens das forças de defesa e segurança garantiram a segurança através de barreiras entre os espaços ocupados pelos candidatos.
Foto: DW/Braima Darame
Campanha marcada por "desobediência à disciplina dos partidos"
As clivagens no seio dos partidos guineenses foram notórias durante a campanha eleitoral: tanto dirigentes, como militantes dos diferentes partidos apoiaram candidatos de outros quadrantes. Nos comícios viram-se também apoiantes com adereços do partido que apoiam nas legislativas e com material de um candidato presidencial de outra força. A dissidência foi mais vincada entre os jovens.
Foto: DW/Braima Darame
Ramos-Horta pediu ao partido vencedor que inclua as outras forças políticas
Para José Ramos-Horta, desde o golpe de Estado de abril de 2012 na Guiné-Bissau passaram dois anos difíceis em que se abriram muitas feridas. Segundo o representante da ONU em Bissau, as sanções impostas ao país só poderão ser aliviadas através de “um ato eleitoral que não deixe dúvidas à comunidade internacional” quanto à sua transparência.
Foto: DW/Márcio Pessoa
Amos Sawyer quer integração e desenvolvimento sustentado na Guiné-Bissau
O chefe da missão de observadores eleitorais da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, pediu aos líderes dos partidos guineenses que estejam “prontos para fazer sacrifícios em prol do país”. O ex-Presidente interino da Libéria lidera a missão de 220 observadores que a CEDEAO enviou para acompanhar as eleições gerais na Guiné-Bissau.
Foto: DW/Márcio Pessoa
Serifo Nhamadjo quer "o mundo a aplaudir as eleições" na Guiné-Bissau
Numa mensagem aos guineenses no último dia de campanha, o presidente de transição apelou à participação em massa no escrutínio: "o mundo está de olhos postos em nós”, disse Nhamadjo, referindo que a população deve votar “em liberdade e consciência”. As eleições são um dos últimos passos no período de transição política que o país vive desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012.
Foto: SEYLLOU/AFP/Getty Images
Morte de Kumba Ialá gerou preocupação entre políticos e população
De acordo com fontes familiares, Kumba Ialá morreu devido a doença cardíaca a 4 de abril passado. Segundo o seu médico particular e sobrinho, Kumba "pediu para ser sepultado só depois da vitória de Nuno Gomes Nabiam", candidato presidencial que apoiava. Recentemente, o representante da ONU em Bissau, José Ramos-Horta, apelou para que “não haja aproveitamento político” da morte do ex-Presidente.
Foto: DW/B. Darame
Cidadãos guineenses na diáspora depositam confiança nos seus futuros governantes
Apesar de reclamações pela lentidão com que decorreu a votação por limitação de urnas, a comunidade guineense em Portugal participou com entusiasmo nas eleições. Os futuros dirigentes da Guiné-Bissau terão a responsabilidade de criar condições para o regresso dos que foram obrigados a deixar o país devido à instabilidade política.