As autoridades alemãs dizem ter identificado "uma certa orientação islâmica" no condutor afegão, que ontem detido de imediato no local do ataque.

A procuradora Gabriele Tilmann acrescentou, no entanto, que não há provas de que o incidente esteja ligado a organizações terroristas como o chamado Estado Islâmico.

O suspeito afegão, de 24 anos, que solicitou asilo na Alemanha, proferiu as palavras "Allahu Akbar" (Deus é grande) aos agentes da polícia, informou a procuradora de Munique.

"Ele admitiu que dirigiu deliberadamente contra os participantes da manifestação", acrescentou Tilmann. "Sou muito cautelosa em fazer juízos precipitados, mas com base em tudo o que sabemos neste momento, atrever-me-ia a falar de uma motivação islâmica para o crime", afirmou.

Segundo a revista alemã Spiegel, o condutor nasceu em Cabul em 2001. Antes do atropelamento, teria publicado mensagens extremistas nas redes sociais. Uma porta-voz do Ministério Público de Munique confirmou à revista haver "indícios de motivação extremista". 

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, prometeu uma resposta dura ao ataque e afirmou que o suspeito "tem de ser punido e tem de deixar o país."

"Qualquer pessoa que cometer crimes na Alemanha não só será severamente punida e enviada para a prisão, mas também deve saber que não poderá continuar  na Alemanha", afirmou o chanceler.

Mais tarde, em entrevista à emissora alemã ZDF, Scholz sublinhou que qualquer pessoa que não tenha cidadania alemã e cometa este tipo de crime será deportada. 

Número de feridos sobe para 36

As autoridades também disseram que o número de feridos, incluindo crianças, aumentou para 36.

O atropelamento aconteceu quando um grupo de pessoas participava numa manifestação sindical, perto da estação central de comboios, numa praça perto do centro de Munique, no estado da Baviera, sul da Alemanha.