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Missão da SAMIM foi um sucesso, afirma Governo moçambicano

DW (Deutsche Welle)
4 de julho de 2024

A missão militar SAMIM, que apoiou o país no combate ao terrorismo desde 2021, despediu-se esta quinta-feira de Cabo Delgado. O ministro da Defesa de Moçambique enumera as conquistas obtidas com ajuda da tropa regional.

Mosambik Pemba | SAMIM
Destacamento da SAMIM "robusteceu" a resposta aos ataques terroristas em Cabo Delgado, afirma o Governo moçambicanoFoto: DW

O apoio da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) no combate ao terrorismo em Cabo Delgado chegou esta quinta-feira (04.07) ao fim. Foram três anos de desdobramento no palco das operações descritas pelo chefe da missão da SADC, Mpho Molomo, como sendo de "sucesso".

Molomo, cidadão tswana, diz que ajudaram a restabelecer a paz em Cabo Delgado: “Queremos assegurar a Moçambique que nunca vos deixaremos para trás. Garantimos o nosso compromisso de caminhar com Moçambique, em conformidade com o pacto de defesa mútua da SADC”.

Ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, despede-se das tropas da SAMIM em PembaFoto: Delfim Anacleto/DW

Governo agradece empenho da SAMIM

O ministro da Defesa de Moçambique agradeceu o apoio da SAMIM.  Cristóvão Chume indicou que com ajuda dos países da região, foi possível destruir bases terroristas e permitir o regresso das populações deslocadas às regiões de origem.

“Importa reiterar os progressos significativos que alcançámos, contando com o engajamento da SAMIM: a destruição das bases dos terroristas, a redução dos ataques dos terroristas, o retorno ao normal funcionamento das instituições publicas e privadas, retoma do desenvolvimento das atividades económicas e sociais, a livre circulação de pessoas e bens, o retorno gradual das populações as suas zonas de origem…”, enumerou.

Mpho Molomo foi o chefe da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM), que ajudou o país a combater o terrorismoFoto: DW

Governo provincial de Cabo Delgado mostra gratidão

Em nome da população de Cabo Delgado, o Secretario de Estado, António Supeia, também apontou avanços significativos na reconquista da estabilidade. O que tem permitido o retorno massivo da população à casa que tinham abandonado devido ao terrorismo.

Supeia afirma que “devido a esse esforço extraordinário e desmedido, hoje podemos assistir ao movimento de retorno voluntário e massivo da população aos distritos de origem, como reflexo de sinais de encorajadores de estabilidade.”

Os soldados SAMIM conseguiram apreender centenas de armas de terroristas jihadistas na província de Cabo DelgadoFoto: Delfim Anacleto/DW

Governo admite: "Prevalecem alguns problemas"

Ao mesmo tempo, o ministro Cristóvão Chume reconheceu que alguns ataques terroristas ainda prevalecem, com registo de incursões esporádicas, que criam pânico a população. 

“Apesar dos progressos alcançados no combate ao terrorismo, há movimentações e ataques esporádicos dos terroristas que criam sentimento de insegurança, instabilidade no seio da população”, sublinha.

No encerramento oficial das operações da SAMIM nesta província do norte do país, centenas de armas de diferente calibre, munições, rádios de comunicação e material informático foram entregues ao Governo pelas mãos do comandante da missão.

Molomo destacou que o equipamento foi capturado das mãos dos terroristas e era usado para executar ataques contra as populações.

População satisfeita

Alguns residentes de Cabo Delgado também dão nota positiva os três anos da contribuição da SAMIM nas operações contra terrorismo.

Abudo Gafuro diz: “A força da SAMIM sai num momento em que ninguém desejava que saíssem depois de grande contributo durante os três anos. Eles criaram uma grande capacidade de robustez das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e contribuíram para a destruição de todas as bases que existiam nos distritos de Macomia, Mocimboa da Praia e Palma.”

Para Milo Mariano, “a saída da SAMIM dá uma lição, que o país deve focar-se nos militares nacionais, valorizarmos os nossos militares proporcionando-lhes treinamentos. É preciso investir nas nossas tropas.”

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