1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Aumenta contestação social em Angola: Mais greves anunciadas

Manuel Luamba
21 de janeiro de 2022

Descontentamento origina greves em Angola. Empresários do setor do entretenimento e restauração em Luanda admitem paralisação. Em curso já está a greve no ensino não universitário e no ensino superior público.

Foto: Borralho Ndomba/DW

Aumenta a contestação social em Angola protagonizada sobretudo pelos movimentos sindicais. Esta quinta-feira (20.01), o Sindicato dos Professores Não Universitários (SIMPTENU) decretou uma greve até dia 26.

Num caderno reivindicativo entregue à tutela em fevereiro, os grevistas exigem entre outros pontos, um aumento salarial. Avelino kalungo, presidente do sindicato, acusa o Ministério da Educação de agir de má-fé na tentava de responder a um encontro proposto pelo movimento sindical a 28 de Dezembro.

"Surpreendentemente, a direção legítima do SIMPTENU, posto na sala de reuniões do Ministério da Educação, deparou-se com um grupo de ex-filiados que foram expulsos por má conduta", conta.

Mas o Ministério da Educação também está surpreendido com a declaração de greve dos professores. Segundo Caetano Domingos, coordenador de concertação do ministério com os sindicatos, as negociações tinham sido suspensas a pedido deste movimento sindical.

"Surpreende-nos essa atitude do sindicato porque nós enquanto ministério, entidade patronal, tudo temos feito e temos dado toda atenção necessária e accionado todos os mecanismos de negociações para atualizar todo tipo de mobilidade administrativa para soluções das reivindicações", afirma.

Greve no ensino universitário público

O nível de contestação social em Angola não fica por aqui. Os professores do ensino universitário públicos também estão em greve desde princípio deste mês. Perez Alberto, secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior diz há cada vez mais regiões académicas a aderirem a greve. 

"Cabinda está parado, Huambo, está parado, Cuando Cubango, Cunene, Huila, Benguela e Luanda. Em Luanda com excepção de alguns professores da faculdade de direito. Uige, Zaire, Luege a Nkonda já aderiu. Também já aderiu. Portanto, a greve é nacional", sublinha.

Greve dos médicos angolanos em dezembro de 2021Foto: Ndomba, Borralho/DW

Em suspensão está a greve dos enfermeiros, que deram 30 dias ao Ministério da Saúde para responder ao caderno reivindicativo.

A esfregar as mãos de contente estão os médicos angolanos que têm estado a ver as suas exigências a ser atendidas pela entidade patronal.

Entretenimento e restauração paralisados?

Em ano de eleições em Angola, advinham-se mais greves em diferentes setores. Os empresários do setor do entretenimento e restauração em Luanda também admitem paralisar os trabalhos para contestar as limitações impostas pelas autoridades devido à Covid-19.

Cláudio Rodrigues, conhecido em Angola como DJ Malvado, defende o diálogo com as autoridades, e questiona-se, por exemplo, porque não é extensiva  indústria do entretenimento a abertura a 100% das praças e táxis.

"Precisamos de trabalhar em condições, nós estamos há muito tempo parados, abrem as praças a 100%, no táxi a lotação é 100% e nós não? Não se pode fazer isso, nós asseguramos melhor as pessoas do que as praças e os táxis", afirmou em declarações à Lusa.

Angola: Médicos ameaçam com greve nacional

01:43

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema