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Aumenta exploração ilegal de madeira em Inhambane

20 de agosto de 2018

Na província de Inhambane, sul de Moçambique, há mais madeireiros a operar clandestinamente, em conivência com líderes comunitários. Fiscais não têm meios suficientes para monitorizar zonas de abate nas florestas.

Illegal geschlagenes Holz in Beira, Mosambik
Foto: DW/A.Sebastião

Os operadores clandestinos conseguem entrar nas zonas florestaiscom a ajuda de alguns líderes comunitários. Os cortes de madeira ilegal acontecem principalmente nos distritos de Mabote, Funhalouro e Govuro, na província de Inhambane.

Recentemente, a empresa chinesa Sniper Marketing. Lda, que operava ilegalmente em Fulhalouro, foi multada pelo Estado em mais de três milhões de meticais (mais de 47 mil euros). Foram também aprendidos no local vários tratores, motosserras e outro material.

Aumenta exploração ilegal de madeira em Inhambane

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"Só quando chegaram as autoridades é que pararam de trabalhar e puseram-se em fuga", conta o operador florestal Rassul Benjamim, que presenciou o corte de espécies proibidas - monzo, chacate preto e chafuta - para exportação praticado pela empresa chinesa, que entretanto já abandonou o distrito.

Outro operador florestal, que pediu não ser identificado por motivos de segurança, revelou que a violação da lei ambiental é bem visível porque os líderes comunitários facilitam a entrada dos operadores ilegais.

"Existem alguns exploradores florestais ilegais, que chegam a uma comunidade via líderes tradicionais para poderem conseguir entrar na zona e fazer essa exploração ilegal", relata.

Líderes comunitários aliciados

José Folige, administrador do distrito de Mabote, confirma que há líderes locais que recebem dinheiro para ceder espaços florestais para o corte da madeira, sem o conhecimento das autoridades.

"Sem nenhuma licença, cortam na clandestinidade. Aliciam líderes com valores irrisórios e acabam tendo autorização para se introduzirem nas matas e fazem o corte sem, no entanto, se apresentarem às autoridades", explica.

A DW África tentou, sem sucesso, ouvir os líderes comunitários sobre as acusações de cobranças ilícitas.

O principal problema neste momento é a falta dos meios de fiscalização, disse à DW África o porta-voz dos Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia em Inhambane, Afonso Almeida. Nem combustível há para as poucas viaturas que a instituição tem.

"Também nós não temos capacidade de manter a fiscalização de forma permanente, temos problemas de combustível. A razão pela qual só se faz fiscalização na via pública é a falta de capacidade", justifica.

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