Segundo a OMS, pelo menos 121 pessoas foram mortas na luta pelo controle da capital, Trípoli. Com a escalada da violência, crescem também os receios de que o país afunde numa verdadeira guerra civil.
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Este domingo (14.04), as Nações Unidas alertaram as facções beligerantes na Líbia contra o ataque a áreas civis, mais de uma semana depois do início de uma grande ofensiva liderada pelo Exército Nacional Líbio (ANL, na sigla em francês), controlado pelo marechal Khalifa Haftar no leste do país, para capturar a capital Trípoli, atualmente controlada pelo Governo de união nacional instalado pela ONU e dirigido por Fayez al-Sarraj.
A advertência da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês) vem horas depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) relatou que 121 pessoas tinham sido mortas e 561 outras feridas nos combates.
"A UNSMIL adverte que o bombardeio de escolas, hospitais, ambulâncias e áreas civis é estritamente proibido pelo Direito Internacional Humanitário," publicou a missão no Twitter.
A missão disse ainda que iria reportar as violações ao Conselho de Segurança da ONU e ao Tribunal Penal Internacional.
No sábado (13.04), a OMS também relatou oito diferentes ataques a trabalhadores médicos e seus veículos, desde 4 de abril, quando Khalifa Haftar ordenou que suas forças ocupassem Trípoli.
A agência de saúde da ONU relatou anteriormente que um motorista de ambulância e dois os médicos tinham sido mortos na violência.
Para além dos combates no terreno, os dois lados lançaram ataques aéreos diários e acusam-se mutuamente de terem como alvo os civis.
O escritório das Nações Unidas para assuntos humanitários disse que mais de 13.500 pessoas foram deslocadas pelos confrontos, enquanto mais de 900 moradores vivem em abrigos.
ANL apoiado do Egito
O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi reuniu-se este domingo com o general Khalifa Haftar, segundo a mídia estatal.
Eles "estão a discutir os últimos acontecimentos na Líbia", declarou o porta-voz presidencial egípcio Bassam Radi.
Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita são considerados os principais aliados de Haftar.
A investida de Haftar levantou receios globais de um agravamento do conflito na Líbia, rica em petróleo.
O general de 75 anos rejeitou vários apelos para parar a ofensiva em Trípoli.
Dez líderes africanos que morreram em exercício
A população costuma acompanhar com atenção o estado de saúde dos altos dirigentes – muitos especulam atualmente, por exemplo, sobre a saúde do Presidentes da Nigéria. Vários chefes de Estado já morreram em exercício.
Foto: picture-alliance/dpa
John Magufuli, Presidente da Tanzânia
Morreu a 17 de março de 2021, doente. O seu estado de saúde, pouco antes da falecer, esteve em volto a muito secretismo. Assumiu a liderança do país em 2015 e boa parte do seu povo enaltece os seus feitos, tais como a melhoria dos sistemas de saúde, educação e transporte. Mas também foi contestado por algumas políticas duras e por perseguir os seus críticos.
Foto: Sadi Said//REUTERS
1) Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau (2012)
Malam Bacai Sanhá morreu em 2012. Ele sofria de diabetes e morreu em Paris, aos 64 anos, menos de três anos depois de chegar ao poder. Sanhá tinha vários problemas de saúde.
Foto: dapd
2) João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente da Guiné-Bissau (2009)
João Bernardo "Nino" Vieira foi assassinado em março de 2009. Tinha 69 anos de idade. Esteve no poder durante mais de duas décadas. Tornou-se primeiro-ministro em 1978 e, em 1980, tomou a Presidência. Ficou no cargo até 1999, ano em que foi para o exílio. Regressou a Bissau em 2005 e venceu nesse ano as presidenciais.
Foto: picture-alliance/dpa/L. I. Relvas
3) Mouammar Kadhafi, chefe de Estado da Líbia (2011)
Mouammar Kadhafi foi assassinado em 2011. Kadhafi, auto-intitulado líder da "Grande Revolução" da Líbia, foi morto por forças rebeldes em circunstâncias ainda por esclarecer. Estava no poder há 42 anos, desde um golpe de Estado contra a monarquia líbia em 1969, onde não houve derramamento de sangue. A sua liderança chegou ao fim com a chamada "Primavera Árabe".
Foto: Christophe Simon/AFP/Getty Images
4) Umaru Musa Yar'Adua, Presidente da Nigéria (2010)
Umaru Musa Yar'Adua morreu em 2010 aos 58 anos de idade. Morreu no seu país, vítima de uma inflamação do pericárdio – estava há apenas três anos no poder. Já durante a campanha eleitoral, Yar'Adua teve de se ausentar várias vezes devido a problemas de saúde. Depois de ser eleito, em 2007, a sua saúde deteriorou-se rapidamente.
Foto: P. U. Ekpei/AFP/Getty Images
5) Lansana Conté, Presidente da Guiné-Conacri (2008)
Após 24 anos no poder, Lansana Conté morreu de "doença prolongada" aos 74 anos de idade. O Presidente da Guiné-Conacri sofria de diabetes e de problemas cardíacos. Conté foi o segundo chefe de Estado do país, de abril de 1984 até à sua morte, em dezembro de 2008.
Foto: Getty Images/AFP/Seyllou
6) John Atta Mills, Presidente do Gana (2012)
John Atta Mills morreu de apoplexia em 2012. Tinha 68 anos. Atta Mills esteve apenas três anos no poder. Enquanto chefe de Estado, introduziu uma série de reformas sociais e económicas que lhe granjearam fama a nível local e internacional.
Foto: AP
7) Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia (2012)
Meles Zenawi morreu na Bélgica aos 57 anos de idade, vítima de uma infeção não especificada. Zenawi liderou a Etiópia durante 21 anos – como Presidente, de 1991 a 1995, e como primeiro-ministro, de 1995 a 2012. Foi elogiado por introduzir o multipartidarismo, mas criticado por reprimir violentamente os protestos do povo Oromo no norte da Etiópia.
Foto: AP
8) Omar Bongo, Presidente do Gabão (2009)
Omar Bongo morreu em Barcelona, Espanha, em junho de 2009, vítima de cancro nos intestinos. Bongo estava no poder há 42 anos e morreu aos 72 anos de idade. Foi um dos líderes que esteve mais tempo no poder e um dos mais corruptos. Bongo acumulou uma riqueza imensa enquanto a maior parte da população vivia na pobreza, apesar de o país ter grandes receitas de petróleo.
Foto: AP
9) Michael Sata, Presidente da Zâmbia (2014)
Michael Sata morreu no Reino Unido aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Após a sua eleição em 2011, circularam rumores sobre o estado de saúde do Presidente. As suas ausências em eventos oficiais alimentaram ainda mais as especulações, apesar dos seus porta-vozes garantirem que estava tudo bem.
Foto: picture-alliance/dpa
10) Bingu wa Mutharika, Presidente do Malawi (2012)
Bingu wa Mutharika morreu em 2012. Teve um ataque cardíaco e faleceu dois dias depois, aos 78 anos de idade. Esteve oito anos no poder e ganhou gama internacional devido às suas políticas agrícolas e de alimentação. A sua reputação ficou manchada por uma onda de protestos por ter gasto 14 milhões de dólares num jato presidencial.