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Moçambique: Ministério da Saúde revela aumento de lepra

Bernardo Jequete (Manica)
2 de fevereiro de 2018

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2017, foram registados cerca de 2 mil novos casos de lepra, mais 25% do que em 2016.

Mosambik Chimoio, Manica Provinz - Krankenhaus in Chimoio
Hospital em Chimoio - Província de ManicaFoto: DW/B. Jequete

A lepra é uma doença contagiosa. Os sintomas podem aparecer num período entre dois a cinco anos. O portador de lepra apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico. Pode atingir crianças, adultos e idosos. Pode causar incapacidade ou deformidades quando não tratada ou tratada tardiamente, mas tem cura. E é sobre essa esperança que as autoridades estão a tentar eliminar a doença.

Evitar difusão da doença

Moçambicano atingido pela lebraFoto: DW/B. Jequete

Em Manica, o número de casos de lepra também está a crescer. De acordo com a médica-chefe provincial, Regina Nassiaca, foram diagnosticados 81 novos casos no ano passado, ultrapassando os 50 registados em 2016.

As autoridades estão a tentar eliminar a doença. Uma das grandes preocupações dos médicos é que nem todos os pacientes com lepra, acabam o tratamento, que pode demorar até um ano. O perigo de infetar outras pessoas é grande, alerta Regina Nassiaca.

"No caso de haver desistência e a pessoa não terminar o tratamento, ela continua com o microorganismo no corpo e vai ser um foco. Onde vai na comunidade, vai ser um foco. Por ser uma doença contagiosa, vai contaminar os outros, porque as outras pessoas não conhecem a manifestação da doença. Vão vivendo com a doença e continuarão a contaminar os outros."

Mais vale prevenir do que remediar

Aumenta casos de lepra em Moçambique

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Atualmente, as autoridades de saúde promovem campanhas de sensibilização, para garantir que os doentes façam o tratamento até ao fim, alertando-os para os sintomas da lepra.

"Temos feito visitas domiciliares de acompanhamento, e as pessoas que são infetadas quando iniciam o tratamento um rastreio, também é feito para as famílias de convivência daquele individuo que foi infetado, principalmente para as crianças, porque a criança ate pode crescer com uma mancha que a mãe não liga."

Reintegração socialMuitas das pessoas atingidas pela doença, ficam com lesões nos pés, nas mãos e no rosto, e têm dificuldades em encontrar emprego. Em Manica, a Associação Moçambicana de Pessoas Atingidas por Lepra (AMPAL), tem dado formação para as áreas de agricultura, piscicultura, corte e costura, cabeleireiro ou mecânica de automóvel, para que elas se consigam sustentar

Aida Campira da Associação Moçambicana de Pessoas Atingidas por Lepra (AMPAL)Foto: DW/B. Jequete

.Aida Campira é a secretária provincial da AMPAL, e aos microfones da DW África afirma que "para alguns que não abandonaram o tratamento, estão a melhorar, mas para aqueles que ainda não iniciaram o tratamento, estão sem melhorias. Eles recorrem ao tratamento tradicional, ao invés de ir ao hospital".

Em Manica, os distritos de Machaze, Chimoio, Báruè, Sussundenga, Mossurize, Guro, Tambara, Gondola e Vanduzi são os que apresentam maiores índices de pessoas com lepra. A AMPAL assiste mais de 780 pessoas na província, de acordo com Aida Campira. A secretária provincial da associação, pede aos pacientes para fazerem o tratamento.

Moçambique é um dos países, cuja Nações Unidas, considera ser prioritário, no combate à doença da lepra.

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