Governo de Hong Kong considera "selvagens e irracionais" as sanções impostas por Washington a 11 dirigentes chineses, incluindo a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam.
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O recente anúncio de Washington sobre sanções a 11 dirigrente de Hong Kong veio deteriorar ainda mais os laços entre a China e os Estados Unidos, cerca de um mês depois de Pequim ter introduzido em Hong Kong a controversa lei de segurança nacional.
Em declarações, este sábado (08.08), um alto funcionário de Hong Kong afirmou que as sanções dos Estados Unidos contra os seus onze líderes são "selvagens" e "irracionais" e terão consequências para as empresas norte-americanas.
"Este tipo de sanções que visam funcionários e líderes de outros países são selvagens, desproporcionadas e irracionais", disse o secretário do Comércio de Hong Kong, Edward Yau.
"Se os Estados Unidos tomarem unilateralmente este tipo de ação irracional, acabará por afetar as empresas norte-americanas", acrescentou.
Washington anunciou, esta sexta-feira (07.08), sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a chefe do executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a "liberdade de expressão e reunião" dos seus habitantes.
"Os Estados Unidos apoiam o povo de Hong Kong e utilizaremos todas as ferramentas e a nossa autoridade para atingir os que atentem contra a sua autonomia", declarou em comunicado o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.
O responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça encontram-se entre os responsáveis visados.
O anúncio das sanções, que preveem a confiscação, nos Estados Unidos, dos bens das pessoas abrangidas pela medida, surge num contexto de agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a China, que optou por reforçar o seu controlo sobre a ex-colónia britânica, que deveria garantir uma larga autonomia até 2047 no âmbito do princípio "Um país, dois sistemas".
A lei sobre a segurança nacional, imposta no final de junho por Pequim a Hong Kong, "não apenas minou a autonomia de Hong Kong, mas igualmente violou os direitos dos habitantes de Hong Kong, permitindo aos serviços de segurança da China continental operar com toda a impunidade na região", segundo o Tesouro norte-americano.
Esta lei, imposta em resposta aos meses de manifestações em 2019, uma mobilização sem precedentes desde a passagem para a soberania chinesa em 1987, foi denunciada pelo campo pró-democracia como um instrumento legal para silenciar toda a dissidência.
Hongkong-Macau-Zhuhai: A maior ponte do mundo sobre o mar
É uma mega-construção em vários sentidos: a maior travessia marítima do mundo custou 15 mil milhões de euros e demorou nove anos a ser construída. Mas a obra de arquitetura chinesa também gera muita controvérsia.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Dentro e fora de água
Com uma extensão total de 55 quilómetros, a travessia inclui uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros entre duas ilhas artificiais. A construção durou quase uma década e terá custado, segundo o Governo chinês, 120 milhões de yuan - cerca de 15 mil milhões de euros.
Foto: picture alliance/dpa/MAXPPP
Da ilha para o fundo do mar
Nesta ilha artificial criada em Hong Kong, as viaturas têm acesso ao túnel subaquático. Os motoristas podem também aproveitar esta zona para pararem os seus veículos e fazerem uma pausa. Todos os dias, 60 mil viaturas e 250 mil pessoas deverão fazer esta travessia.
Foto: picture alliance/Zumapress
Expetativa de um "boom" económico
A ponte no delta do Rio de Pérolas visa fazer a conexão entre a metrópole económico-financeira de Hong Kong e a província de Guangdong, no sudeste da China, de forma a criar uma grande região económica em torno de Macau e Zhuhai.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Tempo é dinheiro
Com um limite de velocidade de 100 quilómetros por hora, a viagem entre Hong Kong e Macau deverá passar de três horas de ferry para menos de trinta minutos de carro. Hong Kong, que deixou de ser uma colónia britânica em 1997, e Macau, que deixou de ser território colonial português em 1999, são Regiões Administrativas Especiais da República Popular da China.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Inauguração adiada
Em construção desde 2009, a ponte deveria ter sido aberta ao público em 2016, mas só foi inaugurada esta terça-feira (23.10) pelo Presidente chinês, Xi Jinping. A partir de quarta-feira, os veículos deverão começar a circular na ponte, segundo o Governo de Hong Kong.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Um gigante de aço e betão
A gigantesca construção tem cerca de 400 mil toneladas de aço - 4,5 vezes mais que a ponte Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos. O colosso de aço e betão poderá enfrentar rajadas de vento de velocidades até aos 200 quilómetros por hora e sismos de magnitude 8. A ponte deverá mesmo resistir a colisões com navios de carga com um peso total de 300 mil toneladas.
Foto: AFP/Getty Images/A. Wallace
Esquerda ou direita?
Entre Hong Kong, Macau e o território continental chinês ainda há um apertado controlo de fronteiras. Por isso, foi preciso criar ilhas artificiais nas passagens fronteiriças. No continente, o trânsito circula à direita, mas em Hong Kong e Macau a circulação faz-se pela esquerda. Os condutores deverão ter duas cartas de condução válidas para poderem atravessar toda a ponte.
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Megaprojeto polémico
Atrasos na construção, custos elevados, acidentes fatais de trabalhadores e suspeitas de corrupção: este é um projeto controverso. A obra deverá ligar pessoas e culturas, mas muitos dos mais de 7 milhões de habitantes em Hong Kong temem uma ligação mais forte à China. Preferem manter o seu estatuto especial - baseado no princípio de "um país, dois sistemas".
Foto: picture alliance/AP Photo/A. Wong
O anterior recorde
Com 42 quilómetros de extensão, 450 mil toneladas de aço e cerca de 2,3 milhões de toneladas de cimento, a Ponte da Baía Jiaozhou ou Qingdao era a anterior detentora do recorde oficial do Guiness World Records. Situa-se na Península de Shandong e liga as cidades de Qingdao e Huangdao.