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SaúdeSão Tomé e Príncipe

Luta contra o paludismo comprometida em São Tomé e Príncipe

Lusa | tm
7 de maio de 2022

Presidente são-tomense afirma que o aumento alarmante de casos de paludismo no país é um grande problema de saúde pública e de entrave ao desenvolvimento e defende reavaliar estratégia para eliminação da doença em 2025.

Symbolbild Malaria
São Tomé voltou a ter um aumento de casos de paludismo desde finais do ano de 2021 até a data presente.Foto: picture-alliance/dpa

Segundo o Presidente Carlos Vila Nova, São Tomé e Príncipe registou um abrandamento considerável nos progressos já alcançados nos anos anteriores para reduzir os casos de paludismo e de mortes causadas por esta doença. 

Mas, segundo o mesmo, "lamentavelmente o país voltou a conhecer um aumento de casos desde finais do ano de 2021 até a data presente". Vila Nova falava durante aa abertura da reunião da Comissão Nacional de Luta Contra o Paludismo (CNLCP).

O chefe de Estado são-tomense realçou que o país regista "um aumento considerado alarmante", o que representa "um grande problema de saúde pública e de entrave ao desenvolvimento".

"É imprescindível uma reavaliação e ou reflexão [...] sobre uma nova abordagem de luta contra o paludismo, pois só assim podemos reafirmar o engajamento de Estado são-tomense no processo de eliminação desta doença", defendeu Carlos Vila Nova, que preside à CNLP.

O Presidente são-tomense Carlos Vila Nova.Foto: Hannah McKay/AFP/Getty Images

Dados 

Os dados do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo apontam o "incremento acelerado de casos de paludismo desde finais de 2021", sendo que entre janeiro e maio houve "um registo de 1.647 casos de paludismo acumulados", representando mais 1.023, se comparado ao mesmo período do ano passado.

O aumento de casos levou as autoridades são-tomenses e parceiros internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo Global a darem início a uma nova estratégia para a eliminação do paludismo no país.

"Este encontro demonstra a forte preocupação em melhorar os resultados que temos alcançado e de continuarmos a trabalhar tendo em conta a visão estabelecida no plano estratégico nacional que é o de eliminar o paludismo no país até 2025", afirmou o Presidente são-tomense.

O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, defendeu a "mobilização de sinergias a todos os níveis", envolvendo todos os atores políticos, sociais, empresarias, organizações não-governamentais e parceiros na luta contra o paludismo.

"Esta patologia não é uma fatalidade, tanto mais que há uma luz no fundo do túnel, temos uma meta para [eliminar o paludismo em] 2025, uma meta que apesar das dificuldades vamos continuar a persegui-la", defendeu o chefe do Governo são-tomense.

Rede de proteção contra o mosquito transmissor do paludismo a ser distribuída pela Cruz Vermelha em São Tomé e Príncipe (foto de arquivo). Foto: DW/R.Graça

Luta contra o paludismo

Para isso, Jorge Bom Jesus defendeu que "a luta contra o paludismo não é uma tarefa exclusiva" do ministério e profissionais da saúde, muitos menos do Governo, mas envolve o Estado são-tomense.

"Nós temos que envolver as populações, que são destinatárias, mas que devem ser também agentes nesta luta titânica contra este flagelo social que corrói a saúde do nosso povo, mas também tem impacto na economia e a outros níveis", afirmou o primeiro-ministro.

Há cerca de duas semanas, o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo, João Alcântara, afirmou em entrevista à Rádio Nacional são-tomense que o país não vai conseguir cumprir a meta de eliminar o paludismo em 2025.

"Temos que ter três anos, sem ter um único caso [...] para declarar-se um país livre do paludismo. Podemos conseguir ainda na Região Autónoma do Príncipe e em São Tomé ainda continuarmos na luta no sentido de eliminarmos", explicou, João Alcântara.

Durante a reunião da Comissão Nacional de Luta Contra o Paludismo realizada hoje alguns profissionais do Ministério da Saúde e da OMS reafirmaram que o país deve apostar num processo de eliminação subnacional do paludismo, nomeadamente no distrito de Caué e na ilha do Príncipe que têm registados poucos casos. 

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