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Autárquicas: FRELIMO quer "eleições isentas de falhas"

16 de outubro de 2023

FRELIMO pede à Justiça moçambicana que esclareça todas as denúncias de ilícitos eleitorais. Partido diz que respeitará decisões dos tribunais para ganhar as eleições por "esforço próprio".

Roque Silva, secretário-geral da FRELIMO
Foto: A. Fernando/DW

O secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) referiu esta segunda-feira (16.10) em declarações aos jornalistas que o seu partido venceu as eleições de 11 de outubro de forma justa em 64 das 65 autarquias no país.  

Por outro lado, apelou aos órgãos de justiça para esclarecer todas as denúncias de ilícitos eleitorais registadas durante a votação. 

"A FRELIMO defende um processo comprovadamente isento de falhas e que confira maior confiança e credibilidade nos resultados eleitorais", afirmou Roque Silva.

Questionado sobre membros do partido descobertos com boletins pré-assinalados, Roque Silva disse esperar pelo esclarecimento dos factos junto das autoridades judiciais. "Se isso se provar e houver necessidade de tomar medidas internas, serão tomadas com muita responsabilidade", adiantou.

"Nós queremos eleições justas, livres e transparentes. Sempre queremos ganhar convictos de que ganhamos por esforço próprio", disse o secretário-geral da FRELIMO.

Anulação dos resultados em Cuamba e Chókwè

Esta segunda-feira, a Sala da Paz, que congrega 16 organizações da sociedade civil moçambicana, exigiu a responsabilização criminal de todos os envolvidos em ilícitos eleitorais nas eleições de 11 de outubro. 

Dércio Alfazema, diretor de programas do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), notou que "há muito tempo" que o país não era palco de uma "onda de contestação de resultados eleitorais e até situações de manifestações tão grande".

Eleições em Moçambique: ONG exigem responsabilização

03:16

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Reagindo à anulação das eleições em Cuamba e Chókwè, divulgada esta segunda-feira, Dércio Alfazema defendeu medidas adicionais.

"Tem de haver uma responsabilização [dos envolvidos], porque a realização de eleições tem custos para o erário público e o nosso país não tem dinheiro para andar a repetir eleições por causa de comportamentos como os que acompanhámos", disse Alfazema.

O secretário-geral da FRELIMO disse respeitar a decisão tomada pelas autoridades judiciais em Cuamba e Chókwè.  

"Nós respeitamos as decisões das instituições desde que elas sejam baseadas na lei", advogou Roque Silva.

Face ao anúncio de manifestações à escala nacional pela RENAMO, a partir de amanhã, a Sala da Paz apelou ao civismo. 

Os Estados Unidos, através da sua embaixada em Maputo, pediram uma resolução justa das irregularidades reportadas nas eleições de 11 de outubro.

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