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Eleições: RENAMO denuncia "estratégia de fraude" da FRELIMO

1 de setembro de 2023

Segundo a RENAMO, a FRELIMO já preparou a fraude para as autárquicas. O partido diz que a FRELIMO está a usar chefes de quarteirões e secretários dos bairros que têm cópias de cadernos eleitorais e cartões de eleitores.

Foto de arquivo: Recenseamento eleitoral em Moçambique com vista às autárquicasFoto: Luciano da Conceição/DW

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) denunciou esta sexta-feira (01.09) a preparação de fraude para as eleições autárquicas de 11 de outubro.

O mandatário do maior partido da oposição na cidade de Maputo, Ernesto Chiburre, acusa o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), de usar os chefes de quarteirões e secretários dos bairros que estão na posse de cópias de cadernos eleitorais do último recenseamento.

"A posse indevida e não autorizada de cópias autenticadas de cadernos de recenseamento eleitoral pelos secretários dos bairros da cidade de Maputo constitui uma clara afronta à lei eleitoral e aos princípios democráticos", sublinha.

A RENAMO refere ainda que houve reuniões de alto nível no distrito municipal de KaMpfumo, no centro da capital, para engendrar a fraude.

Dessas reuniões teria saído uma ordem para que os chefes dos quarteirões indiquem os números de telefone dos eleitores que constam dos cadernos na posse da FRELIMO.

"Além de indicar os números de telefone, estes chefes dos quarteirões também têm a obrigação de identificar os endereços das residências dos eleitores e indicar quais os eleitores resistentes ou que não são nossos, numa clara estratégia de chantagem política e social", acusa.

Augusto Pelembe, cabeça de lista do MDM, denunciou o mesmo esquema com uso dos chefes dos quarteirõesFoto: DW/R. da Silva

Recolha de cartões de eleitores

A RENAMO diz ainda que no bairro de Mavalane, distrito de KaMavota, houve recolha de cartões de eleitores e o respetivo preenchimento numa ficha à parte que foi entregue ao administrador do distrito.

"O chefe do quarteirão 37 chegou inclusivamente a contratar jovens para reforçar a missão criminosa. As instruções que dão a estes jovens é de que a meta é alcançar 800 eleitores por pessoa", diz Chiburre.

O dirigente diz não saber ao certo que tipo de fraude está a ser engendrada com as cópias dos cartões de eleitores, mas finca pé na sua existência.

"Não cabe a nós classificarmos ou tipificar a natureza da fraude, mas que estamos perante uma estratégia de fraude sim", garante.

RENAMO lança apelo à procuradoria

Esta semana, também o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), denunciou o mesmo esquema com uso dos chefes dos quarteirões, como disse o cabeça de lista Augusto Pelembe.

"Por causa de vocês, os chefes de quarteirões, não nos responsabilizamos pelas consequências que vão advir dessa atitude de andar a recolher cartões de eleitores", ressaltou.

Perante estas situações, a RENAMO quer a intervenção da procuradoria da Cidade de Maputo e dos órgãos eleitorais.

"Conduzam uma investigação rigorosa sobre estas denúncias a fim de apurar as circunstâncias em que as mesmas ações foram perpetradas. E a competente responsabilização dos autores com todas as consequências legais que se possam deduzir com base na lei", exortou.

A FRELIMO ainda não reagiu às acusações.

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