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Música

Autoridades angolanas confiscam discos de apoio aos 15+2

21 de abril de 2017

A denúncia é dos produtores do álbum "15+Duas+Nós" - as autoridades angolanas apreenderam mais de 800 discos, alegadamente por conterem mensagens subversivas.

Foto: DW/P.B. Ndomba

Mais de 800 discos da coletânea "15+Duas+Nós" foram confiscados pela Administração Geral Tributária de Angola. A denúncia é feita pelo diretor artístico do álbum, que diz que as autoridades consideraram que a coletânea contém mensagens subversivas.

Hervey Madiba conta que os produtores do disco foram obrigados a ouvir várias músicas em conjunto com os responsáveis da Administração Geral Tributária e membros das forças de segurança. Uma das músicas escutadas foi "Já Chega', do músico Mack D.

Hervey Madiba: "Em países democráticos não seria possível avaliar álbum daquela forma"Foto: DW/P.B. Ndomba

"A música diz 'Já chega de ditadura, já chega de hospital sem condições'. E o comandante olhou para nós e perguntou se vivemos numa ditadura. Respondemos que aquele ato representava uma ditadura, porque em países democráticos não seria possível avaliar um álbum daquela forma. Se fosse avaliado, seria pelo Ministério da Cultura e mesmo assim seria censura. No final, ele disse que a mercadoria não ia sair", afirma Hervey Madiba.

Esta sexta-feira (21.04.), a DW África tentou várias vezes entrar em contacto com a direção da Administração Geral Tributária, sem sucesso.

Produtores não baixam os braços

O álbum "15+Duas+Nós" inclui músicas interpretadas por artistas angolanos, moçambicanos, portugueses e brasileiros.

De acordo com o diretor artístico, o dinheiro da venda da coletânea serviria para apoiar os ativistas do processo 15+2, que foram condenados por atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, no ano passado, e entretanto foram amnistiados.

Autoridades angolanas confiscam discos de apoio aos 15+2

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Hervey Madiba promete, no entanto, que o caso não fica por aqui e afirma que não desistirá de recuperar os CDs apreendidos. Madiba acrescenta que a música estará disponível nas plataformas digitais: "Mesmo com esta apreensão, ainda temos outras cópias espalhadas pelo mundo. É uma coisa que eles não podem parar. Temos o álbum todo no 'Spotify', na 'Apple Music', e os outros países só estão à espera do lançamento oficial da obra, porque queremos fazê-lo aqui no nosso país."

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