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PolíticaGâmbia

Gâmbia: Autoridades divulgam detalhes sobre golpe de Estado

Lusa
30 de dezembro de 2022

Segundo as autoridades gambianas, autores da tentativa de golpe de Estado no país em 20 de dezembro planeavam deter altos funcionários do governo e utilizá-los como reféns para impedir qualquer intervenção estrangeira.

Presidente gambiano, Adama Barrow
Presidente gambiano, Adama BarrowFoto: Valery Sharifulin/TASS Host Photo Agency /imago images

"Queriam também afastar [do cargo] todos os oficiais superiores do exército, bem como reestruturar as forças armadas da Gâmbia", disse Abubakarr Suleiman Jeng, o novo conselheiro do Presidente gambiano, Adama Barrow, para a Segurança Nacional, que leu uma declaração perante os meios de comunicação social no quartel-general da defesa, em Banjul.

Uma comissão de inquérito, que deverá apresentar um relatório dentro de um mês, foi criada esta terça-feira (27.12) para investigar a alegada tentativa de golpe de Estado na Gâmbia, um pequeno país-enclave no Senegal.

Porque se agarram os políticos africanos ao poder?

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Sete militares foram detidos por alegada ligação com o caso.

Momodou Sabally, ex-ministro para os Assuntos Presidenciais do antigo Presidente Yahya Jammeh (1994 - 2017), membro do Partido Democrata Unido (UDP, principal partido da oposição), foi igualmente detido, depois de aparecer num vídeo que sugere que Barrow será derrubado antes das próximas eleições. O partido de Sabally exige a sua libertação imediata.

Plano para tomar o poder

As autoridades gambianas revelaram esta quinta-feira (29.12) que conhecem "a composição do grupo que iria participar" na tentativa de golpe, bem como o plano de tomada do poder, que incluía o controlo dos meios de comunicação estatais, de acordo com Jeng.

 "Apurámos que os conspiradores (...) estabeleceram contactos, realizaram reuniões clandestinas em vários sítios do país" para planear o golpe, acrescentou a mesma fonte, revelando a existência de civis cúmplices dentro e fora do país.

A chegada surpreendente de Adama Barrow à Presidência gambiana em janeiro de 2017 -- entretanto reeleito por larga margem para um segundo mandato em dezembro de 2021 - pôs fim a duas décadas de um governo autocrático na antiga colónia britânica com dois milhões de habitantes.