Moçambique em alerta face à subida de nível dos rios
Lusa
19 de abril de 2022
Os níveis na bacia do rio Maputo, 50 quilómetros a sul da capital moçambicana, estão acima do nível de alerta e a provocar inundações localizadas, avisam as autoridades, após chuva que desde sexta-feira cai na região.
Publicidade
Na segunda-feira (18.04), a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) registou um nível de 4,06 metros, cerca de meio metro acima do alerta, em Madubula.
A situação levou à interrupção de um caminho usado para circulação de automóveis até àquela povoação.
Noutro extremo da província, na bacia do rio Incomáti, 80 quilómetros a norte de Maputo, prevê-se um aumento de escoamentos, "podendo atingir-se o nível de alerta na estação hidrométrica de Magude".
Neste caso, preveem-se "inundações localizadas nos campos agrícolas das zonas baixas do rio Incomáti" e condicionamentos na circulação rodoviária em vias precárias entre algumas povoações.
Apelos à precaução da população
Os rios Maputo e Incomáti, a par do Umbelúzi, são os de maior caudal na província de Maputo e para os quais as autoridades hidrográficas renovam apelos à precaução da população.
A época das chuvas aproxima-se do fim (decorre entre outubro e abril) e prevê-se um abrandamento da precipitação a partir de quarta-feira.
Desde o início da atual época, pelo menos 134 pessoas morreram e mais de 760 mil foram afetadas por desastres naturais em Moçambique, com destaque para os danos provocados pela tempestade Ana em janeiro e o ciclone Gombe em março.
Chuva intensa causa estragos em Maputo
Depois de um fim-de-semana de chuvas intensas, os velhos problemas de saneamento voltaram a afetar os bairros periféricos da capital de Moçambique, como Hulene, Ferroviário, Laulane, Maxaquene e Polana Caniço.
Foto: Romeu da Silva/DW
A força das águas
Depois de um fim de semana de chuvas intensas, os velhos problemas de saneamento voltaram a afetar os bairros periféricos da capital de Moçambique, como Hulene, Ferroviário, Laulane, Maxaquene e Polana Caniço. Habitantes tentam agora reparar os estragos em casas e ruas inundadas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Silo não resistiu
No bairro da Maxaquene, o município de Maputo está a construir um silo para armazenar as águas de uma rua que fica inundada sempre que chove. O empreendimento não aguentou a intensidade das chuvas do fim de semana e a própria estrutura ficou inundada.
Foto: Romeu da Silva/DW
Novo desabamento na lixeira de Hulene
Foi neste local, há três anos, que um monte de lixo deslizou e matou 16 pessoas, destruindo várias residências. Um novo desabamento na sequência das últimas chuvas em Maputo não causou danos. Com crónicos problemas de erosão, o bairro de Hulene não foi tão afetado pela intempérie. Desta vez, os residentes colocaram vários detritos, sobretudo plástico, para travar o avanço da areia.
Foto: Romeu da Silva/DW
Reparar os estragos
Em vários bairros, o cenário repete-se: residentes com ferramentas nas mãos tentam reparar os danos causados pelas chuvas intensas. A água invadiu muitas residências como esta, no bairro Ferroviário, e os moradores apressam-se a tapar as aberturas criadas pela queda da chuva.
Foto: Romeu da Silva/DW
Ruas alagadas
Dentro e fora de casa, a água estagnada após a chuva intensa é um enorme problema para os moradores.
Foto: Romeu da Silva/DW
Vias intransitáveis
Sempre que chove, as vias de acesso ficam neste estado. É praticamente impossível a circulação de viaturas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Andar a pé também é um problema
O município está a tentar várias técnicas de bombeamento para retirar as águas estagnadas das ruas. Enquanto isso, os peões vêem-se forçados a recorrer a botas de cano alto para andar nas tuas alagadas. Há mesmo quem alugue as suas botas para a travessia dos charcos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Nem os muros travam a chuva
Nesta e em muitas residências no bairro da Maxaquene, as águas destruíram a vedação, que não foi capaz de impedir as inundações. Ao fundo da rua, trabalhadores municipais tentam bombear as águas para reduzir o impacto da enchente.
Foto: Romeu da Silva/DW
Muito trabalho pela frente
As imagens impressionam: bastaram alguns dias de chuvas fortes para muitas casas como esta, no bairro de Polana Caniço, sofrerem com os problemas de saneamento.
Foto: Romeu da Silva/DW
Conduzir pelas águas
Nas ruas e avenidas da periferia só mesmo quem tem uma viatura com suspensão alta é que pode arriscar entrar nestas "lagoas" para circular.
Foto: Romeu da Silva/DW
Obstáculos à rotina
Muitas famílias passaram noites em claro para enfrentar a tempestade. Mal a chuva passou, puseram mãos à obra para limpar casas e pertences. Nos dias seguintes, o dia-a-dia foi dificultado pelas águas estagnadas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Água, água e mais água
As ruas assemelham-se a cursos de água nos bairros periféricos. Os residentes fazem muita ginástica para encontrarem as principais vias que dão acesso ao centro da cidade.