Autoridades admitem limitações para controlar medicamentos
Lusa
4 de abril de 2024
Autoridades de saúde em Sofala reconheceram, na Beira, limitações no controlo dos armazéns de medicamentos, uma semana após a detenção de seis pessoas, incluindo funcionários da saúde, por contrabando de medicamentos.
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"Embora haja um sistema de controlo, não conseguimos ter vídeo vigilância nos locais, talvez isso possa ajudar a melhorar a segurança nos locais de depósitos", declarou hoje à Lusa Neusa Joel, diretora provincial de Saúde em Sofala, centro de Moçambique.
Em 27 de março, seis pessoas, quatro das quais funcionários de centros de saúde, foram detidas na cidade da Beira, capital provincial, por alegada tentativa de contrabando de medicamentos para a vizinha República do Zimbabué.
"Os medicamentos foram retirados gradualmente, pelo que percebemos", declarou Neusa Joel, admitindo a existência de mais profissionais de saúde envolvidos no esquema.
"Neste momento está em curso um inventário e, após os resultados, tomaremos medidas, quer sejam disciplinares ou de reestruturação das próprias equipas das farmácias ao nível das unidades sanitárias e armazéns de medicamento", acrescentou.
Os seis suspeitos foram detidos em finais de março, em resultado de uma investigação do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), entidade da qual agora as autoridades de saúde esperam um relatório.
As investigações das autoridades conseguiram localizar o fornecedor, que foi detido num armazém que continha fármacos e bebidas alcoólicas contrabandeadas do vizinho Maláui, segundo as autoridades.
O SERNIC acredita que os detidos fazem parte de uma rede que se dedica ao roubo de materiais e medicamentos do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Sofala, numa altura em que se multiplicam queixas sobre a falta de material médico nas unidades de saúde públicas de todo o país.
Já provou a macadâmia do Niassa?
Conhecida como o "ouro verde do Niassa", a macadâmia é uma noz rica em nutrientes e com alto valor comercial, usada na alimentação e na produção de cosméticos.
Foto: Conceição Matende/DW
A origem e "John MacAdam"
A macadâmia é uma deliciosa amêndoa oleaginosa de origem australiana, cujo nome foi dado em homenagem a John MacAdam, responsável por catalogar diversas espécies de plantas. Apesar da origem australiana, a macadâmia teve um maior desenvolvimento em outros países.
Foto: Conceição Matende/DW
Macadâmia, a noz do Niassa
A província do Niassa, no norte de Moçambique, adotou a cultura de produção da macadâmia em 2010. Apenas dois produtores abasteciam o mercado internacional. O diretor dos serviços das atividades económicas do Niassa, José Varimelo, diz que atualmente a província tem mais de 30 empresas que praticam a cultura numa área de 2516,8 hectares, desde privados a pequenos produtores.
Foto: Conceição Matende/DW
"Super food"
Com uma sabor amanteigado, a macadâmia também possui uma série de nutrientes - como proteínas, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis, como o ômega 3. Considerada um "super food", pode ser usada em para produzir óleo, manteigas ou até mesmo ser servida tostada.
Foto: Conceição Matende/DW
Macadâmia para o bem-estar
Os produtos de macadâmia também podem ser usados para o bem-estar, como os óleos produzidos para cosméticos variados: xampus, cremes de hidratação, óleos para cabelos ou corporais.
Foto: Conceição Matende/DW
Acelerar a produção
A produção da macadâmia dura mais de 10 anos em plantas não enxertadas e menos de cinco anos nas enxertadas. Mas o que é o enxerto? Trata-se de uma técnica usada para proporcionar o rápido desenvolvimento das plantas, em que o ramo de uma é colocado em outra, permitindo a reprodução das árvores e dos arbustos.
Foto: Conceição Matende/DW
Da colheita à secagem
No processo de produção, a colheita das amêndoas é seguida pela recolha e armazenamento no local de conservação. Depois, inicia-se o processo de descasque da primeira camada. Em seguida vem a secagem na estufa e a seleção da amêndoa para venda no mercado internacional – esta última é feita com base no seu tamanho.
Foto: Conceição Matende/DW
Mercado promissor
O Niassa atrai cada vez mais investidores estrangeiros para apostar nesta cultura. Dados de 2023 dão conta que a província arrecadou 40,3 milhões de meticais (cerca de 580 mil euros) com a exportação de macadâmia.