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DesastresMoçambique

1.600 moçambicanos refugiados no Malawi vão ser repatriados

Lusa
22 de julho de 2022

Cerca de 1.600 pessoas que fugiram da Zambézia na sequência do ciclone Ana, em janeiro, e procuraram refúgio no vizinho Malawi começam esta sexta-feira (22.07) a voltar a Moçambique. Processo deve durar uma semana.

Mosambik | Viele Familien verloren ihre Häuser durch Sturm Ana
Foto: Bernardo Jequete/DW

As autoridades moçambicanas começam esta sexta-feira (22.07) a repatriar cerca de 1.600 pessoas refugiadas no Malawi desde janeiro devido a desastres naturais na província da Zambézia, no centro de Moçambique, anunciou fonte oficial.

"Nós temos todas as condições criadas para arrancar com o repatriamento dos moçambicanos que se encontram em oito centros de acomodação no distrito de Nsanje", no Malawi, disse César Tembe, do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), em declarações a jornalistas em Nsanje.

As famílias refugiaram-se no Malawi na sequência do ciclone Ana, que fustigou Moçambique em janeiro.

Veículos, terrenos e "kits" a postos

Escola destruída pela tempestade Ana no centro de Moçambique.Foto: Bernardo Jequete/DW

Segundo o responsável, foram preparados quatro autocarros e quatro embarcações para levar as pessoas de volta ao distrito de Morrumbala, na Zambézia, além de dois camiões para o transporte de bens.

"Em paralelo a estes meios disponíveis, em Morrumbala existem terrenos demarcados para o reassentamento das famílias", que são, no total, 1.617, referiu César Tembe.

De acordo com o INGD, foram preparados "kits" de retorno contendo utensílios de cozinha e alimentos para pelo menos 30 dias, num processo de repatriamento que deverá durar menos de uma semana, avançou o responsável.

O Malawi partilha uma vasta linha de fronteira com as províncias moçambicanas de Tete, Zambézia, centro, e Niassa, norte.

Vítimas da época chuvosa

A tempestade Ana fez, pelo menos, 20 mortos em Moçambique, seis dos quais em Tete, e desalojou milhares de pessoas no país e no Malawi. Na época chuvosa 2021-2022 (outubro a abril), pelo menos 134 pessoas morreram e mais de 760 mil foram afetadas por desastres naturais em Moçambique, segundo dados do INGD.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.

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