Mau tempo dificulta acesso de equipes de resgate à região montanhosa onde acidente aconteceu. Aeronave saiu dos radares 20 minutos depois de decolar da capital Teerã.
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Um avião com 66 pessoas a bordo caiu este domingo (18.02) no Irão. Segundo a companhia aérea iraniana Aseman Airlines, estavam na aeronave 60 passageiros, dois pilotos, dois comissários de bordo e dois membros do pessoal de segurança.
O avião, um ATR com 20 anos de uso, se chocou contra uma montanha na cordilheira de Zagros, perto da cidade de Samirom, no sul da província central de Isfahan, uma região com nevoeiros e ventos fortes.
O ATR-72 fazia a rota doméstica entre a capital, Teerã, e a cidade de Yasuy, no sudoeste do país. Segundo o porta-voz de Emergências iraniano, Moytaba Khaledi, o aparelho desapareceu do radar cerca de 20 minutos depois de ter decolado do aeroporto de Teerã.
As autoridades enviaram helicópteros para a região do acidente, por se tratar de uma área montanhosa de difícil acesso de ambulâncias, acrescentou Khaledi. As más condições meteorológicas estão a dificultar o acesso das equipes de resgate ao avião. Segundo habitantes daquela zona, todos as pessoas a bordo estão mortas, mas a informação não foi confirmada pela companhia aérea.
O Irão tem uma frota aérea obsoleta devido aos muitos anos de sanções internacionais. Na última década, ocorreram vários acidentes graves. O último foi em agosto de 2014 em Teerã, quando 40 pessoas morreram. Três anos antes, outro avião comercial caiu durante uma tempestade de neve no norte do país, matando 77 pessoas.
Mais de 20 equipes de três províncias foram enviadas à zona, anunciou o diretor de operações de resgate do Crescente Vermelho iraniano, Morteza Salimi. O mau tempo obrigou a cancelar vários voos domésticos no Irão nas últimas 24 horas.
Avião do terror volta à Alemanha
Ainda hoje, a história do "Landshut" arrepia os alemães - a história do sequestro do avião da Lufthansa por militantes ligados à Fração do Exército Vermelho (RAF), em 1977, com um desfecho dramático na Somália.
Foto: picture-alliance/dpa
Um pesadelo
A ferrugem tomou conta deste Boeing 737-200, provavelmente o mais famoso da história da Alemanha. O avião "Landshut" ficou quase uma década num "cemitério" de aeronaves no Aeroporto Internacional de Fortaleza, no Brasil. A sua história, que teve um desfecho dramático na Somália, ainda arrepia os alemães. Agora, fará parte de uma exposição na Alemanha.
Foto: Imago/Agencia EFE
A RAF e o Outono Alemão
A fama do avião "Landshut" remonta ao chamado Outono Alemão, em 1977 – a altura em que o país foi palco de vários ataques terroristas cometidos pela Fração do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão) e grupos aliados. Quatro militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram o avião da Lufthansa para que o Governo alemão, em troca, libertasse figuras de topo da RAF.
Foto: picture-alliance/dpa
O início da odisseia
A 13 de outubro de 1977, dois homens e duas mulheres puxaram das armas que tinham trazido para o voo turístico entre Palma de Maiorca (Espanha) e Frankfurt e exigiram que a aeronave fosse desviada para a Somália, pedindo a libertação de 11 prisioneiros da RAF - senão, matariam os 86 passageiros e os cinco tripulantes. A primeira paragem foi Roma, para reabastecer.
Foto: picture-alliance/AP
Rumo ao Dubai
A viagem continuou. O avião teve de reabastecer no Chipre e, depois dos aeroportos de Damasco, Bagdade e Kuwait impedirem que aeronave aterrasse, no Bahrain. O piloto Jürgen Schumann e o co-piloto Jürgen Vietor conduziram, depois, o "Landshut" até ao Dubai, onde chegaram por volta das seis da manhã de 14 de outubro. Nesta imagem, um negociador na pista mostra que não está armado.
Foto: picture-alliance/AP
Informação perigosa
Os raptores pediram água, comida e medicamentos à torre de controlo. O piloto Schumann conseguiu comunicar às autoridades o número exacto de raptores a bordo. Mas, quando o ministro da Defesa do Dubai revelou essa informação numa entrevista, os militantes ameaçaram matar Schumann.
Foto: picture-alliance/AP Images/H. Koundakjian
Uma morte
A unidade antiterrorista alemã GSG9 foi até ao Dubai, mas fez exercícios noutra aeronave durante tanto tempo que o "Landshut" descolou antes de as forças especiais poderem intervir. A paragem seguinte foi Aden, no então Iémen do Sul. O avião aterrou numa zona arenosa e Schumann (na foto, no Dubai) saiu para inspecionar o trem de aterragem. Mas demorou muito tempo e um dos raptores matou-o a tiro.
Foto: picture-alliance/AP Photo/H. Koundakjian
Fim dramático
A última paragem foi Mogadíscio, Somália. Os raptores fizeram um ultimato e ensoparam os passageiros com as bebidas alcoólicas no avião, preparando-se para os queimar vivos. O Governo alemão fingiu ceder. Mas, em vez disso, a unidade GSG9 entrou na aeronave, matou três dos quatro raptores e salvou os outros passageiros, que voltaram à Alemanha a 18 de outubro.
Foto: picture-alliance/R. Witschel
Ao abandono
Após o sequestro, o "Landshut" foi restaurado e voltou a fazer voos da Lufthansa. Mais tarde, foi vendido - andou de mão em mão até chegar ao Brasil, onde esteve ao serviço da companhia brasileira TAF Linhas Aéreas até 2008. Depois, ficou a enferrujar à chuva e ao sol até ser resgatado, para fazer parte de uma exposição na Alemanha. Por isso, teve de ser desmontado.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Wagner
Em memória
A aeronave chegou à Alemanha em setembro. Ficará agora em exposição no museu aeronáutico de Dornier, em Friedrichshafen, no sul da Alemanha - para lembrar aquela época de terror.