Avião da Ethiopian Airlines cai com 157 passageiros a bordo
AFP | rl
10 de março de 2019
Um Boeing 737 da Ethiopian Airlines sofreu um acidente quando fazia a ligação entre Addis Abeba e Nairobi, Quénia. Não houve sobreviventes. Entre os mortos também está um cidadão moçambicano, segundo a companhia aérea.
"Confirmamos que o nosso voo ET 302 de Adis Abeba para Nairobi teve um acidente", afirmou a companhia em comunicado, acrescentando que estariam "a bordo 149 passageiros e oito tripulantes". Não há sobreviventes, segundo a companhia aérea, que tem fama de ser uma das mais seguras de África.
Entre as vítimas está também um cidadão moçambicano, como confirmou a Ethiopian Airlines. As vítimas são de 35 nações diferentes: entre eles estão 32 quenianos, 18 canadianos, 9 etíopes, 8 chineses, 8 italianos, 8 americanos (EUA), 7 franceses, 7 britânicos, 6 egípcios e 5 alemães, segundo a lista divulgada pela empresa de aviação sobre o acidente. Não há registro de mortos de Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Portugal ou do Brasil.
A Ethiopian Airlines também disse desconhecer ainda as causas do acidente. O avião do tipo Boeing 737 Max-8 foi entregue no ano passado e é um dos aviões mais modernos no mercado. A Ethiopian Airlines declarou, que não teve conhecimento de problemas técnicos com este avião e que o capitão era muito experiente com mais de 8.000 horas de voo. Durante o voo, ele terá pedido a permissão para poder voltar pouco antes da queda por causa de problemas.
O avião partiu, esta manhã, do Aeroporto Internacional de Bole, Addis Abeba, tendo perdido o contacto com a central seis minutos depois.
Entretanto, e através da sua conta do Twitter, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, enviou as suas condolências às famílias das pessoas envolvidas no desastre. "O gabinete do primeiro-ministro gostaria de expressar as mais profundas condolências às famílias daqueles que perderam os seus entes queridos no Boeing 737 da Ethiopian Airlines", lê-se.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, também apresentou as sua condolências: "Nestas horas difíceis, os nossos pensamentos estão com as famílias das vítimas aos quais apresento as minhas mais sinceras condolências", escreveu Maas num comunicado do Governo da Alemanha.
Merkato de Addis Abeba: O maior mercado de África
O Merkato de Addis Abeba é o maior mercado ao ar livre de todo o continente africano. Café, especiarias e burros: na capital etíope é possível comprar ou vender praticamente tudo.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
O maior mercado da Etiópia
O Merkato de Addis Abeba é o maior mercado ao ar livre de África e o orgulho da capital etíope. Criado durante a ocupação italiana, na década de 1930, é um lugar tipicamente etíope, marcado por contrastes de cheiros, produtos, cores e personalidades.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
"Merkato Indigeno"
O mercado foi concebido por italianos que ocuparam a Etiópia após a guerra Ítalo-Etíope de 1935. Addis Abeba já era o centro comercial do país desde o final do século XIX e os italianos queriam consolidar ainda mais essa topografia comercial centralizada. Substituíram o mercado, que hoje ocupa a área da "Piazza", pelo que chamavam de "Merkato Indigeno".
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Centro comercial italiano na África Oriental
Os italianos queriam acabar com o domínio dos comerciantes estrangeiros e estabelecer um monopólio comercial estatal. Naquela época, os árabes que ocupavam o território do atual Iémen competiam com os comerciantes do povo etíope Gurage. O Merkato de Addis, também conhecido como "Addis Ketema", é hoje um importante centro para os empresários etíopes.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Uma cidade dentro da cidade
Desde comida e bebida até cadeiras, serras, sapatos, cobertores ou fogões: encontra-se praticamente de tudo no Merkato. São 7.100 empresas que empregam cerca de 13.000 pessoas. Além disso, há milhares de barracas informais e uma economia paralela própria em pleno mercado. A dimensão exata de toda a área é desconhecida, mas muitos especialistas dizem que é o maior mercado da África.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Produto de exportação número 1 da Etiópia
O Merkato também é uma vitrine da economia etíope. Há aqui muitas lojas que vendem café em grão. O café é o produto de exportação mais importante da Etiópia - representa cerca de mil milhões de euros por ano. Nos últimos meses, o preço do café caiu de forma inesperada e afetou principalmente os pequenos agricultores, que ganham apenas alguns cêntimos por chávena.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Psicotrópico popular
Há uma rua inteira no Merkato reservada para vendas de khat. As folhas de khat são mastigadas devido às suas propriedades estimulantes. É uma droga popular na Etiópia e nos países vizinhos. O psicotrópico é outro produto de exportação importante. Embora o consumo de khat tenha efeitos negativos para a saúde, ainda é legal devido à sua importância económica.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Bem temperado
As especiarias ocupam um lugar importante no mercado - tal como na culinária etíope. Os clientes podem tocar ou cheirar as especiarias antes de comprá-las. As especiarias são usadas na preparação dos vários molhos tradicionais, que são comidos com o pão típico "injera".
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Oito milhões de burros
Na Etiópia há cerca de oito milhões de burros, os animais de carga preferidos no país. É normal vé-los no Merkato, carregados de mercadorias. Muitos têm ferimentos por causa dos fardos que carregam. Muitos burros velhos ou gravemente feridos são abandonados nos arredores das cidades. Apesar dos programas de sensibilização para melhorar a vida dos animais, ainda há um longo caminho a percorrer.
Foto: DW/M. Gerth-Niculescu
Montanhas de lixo para reciclar
Eliminação e reutilização de resíduos ainda são termos desconhecidos em muitas regiões da Etiópia. No Merkato, a reciclagem informal está a crescer, mas mais por razões económicas do que por razões ecológicas. Pilhas gigantes de recipientes de plástico, sacos e embalagens são recolhidos e vendidos novamente.