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CorrupçãoÁfrica do Sul

Banco sul-africano suspende contas de ex-Presidente Zuma

Lusa
20 de março de 2024

Um dos principais bancos da África do Sul, o FNB, acatou uma ordem judicial para suspender o acesso do ex-Presidente Jacob Zuma às suas contas. Em causa está um empréstimo que Zuma obteve do VBS, banco que colapsou.

Foto: Kim Ludbrook/Pool/AP/picture alliance

Num comunicado, o First National Bank (FNB), citado pela imprensa da África do Sul, afirma que "o FNB foi instruído pelo Tribunal Superior a suspender os pagamentos das contas do FNB do ex-Presidente Jacob Zuma. As contas não se encontram encerradas porque não afeta os depósitos".

Ainda de acordo com a comunicação social sul-africana, a ordem judicial do Tribunal Superior de KwaZulu-Natal está relacionada com o colapso do VBS Mutual Bank, em que os liquidatários procuram recuperar fundos alegadamente devidos pelo antigo chefe de Estado no âmbito de um empréstimo milionário.

Jacob Zuma, que liderou o país entre 2009 e 2018, terá recebido na sua conta bancária no FNB um empréstimo do VBS na ordem de 7,8 milhões de rands (381,528.22 euros), segundo a imprensa sul-africana.

Pelo menos 32 pessoas foram detidas no âmbito da investigação das autoridades sul-africanas à fraude de dois mil milhões de rands (97,9 milhões de euros), que originou o colapso do banco VBS em 2018, envolvendo funcionários do banco, antigos funcionários municipais, políticos do ANC, partido no poder, e da liderança do partido de oposição Combatentes da Liberdade Económica (EFF), de esquerda radical.

O juiz Raymond Zondo investigou casos de corrupção envolvendo dirigentes do paísFoto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS

As "facilidades" do ANC em ano de eleições

Recentemente, o Congresso Nacional Africano (ANC) defendeu a inclusão de quadros do partido que enfrentam acusações de corrupção pública na lista de candidatos às eleições gerais de 29 de maio na África do Sul.

O secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, disse este mês que cerca de 20 quadros do partido foram implicados na comissão de inquérito liderada pelo juiz Raymond Zondo, que investigou durante quatro anos a grande corrupção pública na administração de Jacob Zuma estimada em mais de 20 mil milhões de euros.

Uma sondagem divulgada hoje revela que o apoio eleitoral ao Congresso Nacional Africano caiu de 41% para 39% nos últimos 12 meses.

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