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PolíticaSudão

Barragem do Nilo: Sudão diz que negociações estão a falhar

tm | AFP
10 de janeiro de 2021

O Sudão anunciou neste domingo (10.01) que não prosseguirá "negociações ilimitadas" com o Egito e a Etiópia sobre a controversa barragem construída no Nilo por Addis Abeba, após o fracasso das últimas conversações.

Äthiopien Grand Renaissance Damm
A Grande Barragem do Renascimento, no rio Nilo (foto de arquivo).Foto: Reuters/t. Negeri

Na semana passada, os três países em questão - Sudão, Egito e Etiópia - tinham concordado em realizar novas conversações na esperança de se chegar a um acordo sobre a gestão do reservatório da Grande Barragem do Renascimento. O projecto, lançado em 2011, destina-se a tornar-se a maior instalação hidroelétrica de África.

As últimas conversações, realizadas no início de novembro, tinham terminado sem progressos, e estavam paradas durante vários meses. Cairo e Cartum querem um acordo juridicamente vinculativo, particularmente sobre a gestão da barragem e o enchimento do reservatório.

Addis Abeba, que considera a Grande Barragem do Renascimento essencial para o seu desenvolvimento, está relutante em fazê-lo e mantém que o abastecimento de água destes países não será afectado. A Etiópia tinha anunciado a 21 de julho ter atingido o seu objectivo de enchimento para o primeiro ano. 

Novas conversações, sem acordo

Entretanto, as novas conversações, que tiveram início na semana passada, "não conseguiram chegar a um acordo aceitável para retomar as negociações sobre a barragem", informou a agência estatal sudanesa Suna.

Segundo a agência Suna, o ministro sudanês Yasser Abbas disse que o seu país "não pode continuar neste círculo vicioso de negociações ilimitadas, sabendo-se que a Grande Barragem do Renascimento representa uma ameaça directa à barragem sudanesa de Roseires".

A barragem está a causar tensões em particular com o Egito, um país de mais de 100 milhões de habitantes e que depende 97% do Nilo para o seu abastecimento de água, e receia que seja reduzido pela instalação.

O Sudão, que sofreu inundações que causaram muitas mortes no verão passado, espera que a barragem ajude a regular o fluxo do rio, mas também advertiu que milhões de vidas estariam em "grande risco" casa não se chegasse a acordo.

O rio Nilo, que percorre a extensão de cerca de 6 mil quilómetros, é uma fonte vital de água e electricidade para cerca de dez países da África Oriental.

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